Como identificar, encaminhar e prevenir situações de violência e maus-tratos contra crianças e adolescentes? Para responder a esta e outras perguntas importantes sobre o tema, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por meio de seus Departamentos Científicos de Adolescência, Saúde Escolar e Segurança, promoverá no próximo dia 30 de outubro o 1º Fórum Brasileiro de Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes, em Belo Horizonte (MG).
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O evento terá ênfase na violência em nível doméstico, na escola e na rua, destacando o papel fundamental dos profissionais da assistência social, da educação, da segurança, da saúde e da mídia. As discussões serão abertas a médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, pedagogos, professores, assistentes sociais, conselheiros tutelares, membros de ONGs, advogados, juízes, promotores, blogueiros, jornalistas, repórteres, entre outros.
Segundo a presidente do DC de Adolescência da SBP, dra. Alda Azevedo, a falta de preparo dos profissionais de saúde pode ser um dos motivos para o baixo número de denúncias de casos de violência. “A identificação e os encaminhamentos necessários ultrapassam as paredes dos hospitais e unidades de saúde. É necessário estabelecer um diálogo interinstitucional entre a Justiça, Conselho Tutelar, promotoria, delegacia e Instituto Médico Legal (IML). No entanto, o pediatra não está preparado para tal situação, visto que não há um treinamento específico sobre o tema na faculdade”, lamentou.
Segundo ela, talvez esse seja um dos motivos de pouca denúncia, comunicação ou notificação dos casos de violência. A pediatra reforça que a importância de se realizar um evento com essa temática é para que que os especialistas saibam como fazer esses reconhecimentos e notificações.
“Queremos que, a partir desse Fórum, seja possível traçar estratégias contundentes e bem documentadas. Muitos especialistas ainda não identificam que, por detrás de uma queixa principal, pode haver uma queixa velada de conflitos dentro de casa. Às vezes, as crianças e adolescentes não falam porque os agressores são os próprios pais. A SBP quer capacitar cada vez mais os médicos para essa assistência”, afirma.
PROGRAMAÇÃO – A grade científica conta com três módulos: “Políticas Públicas”; “Violência na Era Digital”; e a “Violência e a Saúde do Escolar”. No primeiro, estarão em debate assuntos como vulnerabilidade relacional dos adolescentes; a estruturação da rede de proteção às crianças e aos adolescentes; o suicídio entre crianças e adolescentes, entre outros.
Em outro módulo, serão realizadas discussões acerca da influência das redes sociais na violência entre crianças e jovens, além da experiência da cidade de Belo Horizonte sobre o assunto. Na terceira parte do evento, estarão em pauta os tópicos: bullying e os projetos de enfrentamento a esse problema.
“As consequências da violência na infância são enormes. Esses acontecimentos se transformam em situações biológicas e em doenças para as crianças. Nos consultórios temos percebido muitos adolescentes tristes, depressivos, tentando suicídio ou entrando em jogos perigosos. Quando vamos analisar, percebemos que muitas questões vêm da infância, coisas que não foram bem elaboradas”, finaliza.
Os associados adimplentes da SBP possuem desconto na inscrição do evento. Para verificar outros detalhes da programação científica e garantir uma vaga, acesse o site do evento.
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