Com mais de 600 inscritos, a 20ª edição do Congresso Brasileiro de Nefrologia Pediátrica juntou especialistas nacionais e internacionais para discutir e compartilhar experiências e atuais tendências da nefropediatria. Com o tema “Do prematuro ao adolescente: nefrologia pediátrica na era da inteligência artificial”, o evento foi realizado entre os dias 1º e 4 de maio, em Cuiabá (MT), pelas Sociedades Brasileiras de Pediatria (SBP) e Nefrologia (SBN).

Na ocasião, a presidente da Sociedade Matogrossense de Pediatria (Somape), dra. Paula Bumlai, representou a SBP. “Foi uma alegria muito grande poder ter esse evento na região Centro-Oeste e trazer visibilidade para o nosso estado, que é tão rico em nefropediatras. O Congresso também foi muito focado em inovações tecnológicas e em como isso pode ser benéfico no tratamento dos problemas renais das nossas crianças e adolescentes”, declarou.

Para a pediatra, a promoção de estação de interação prática, a oportunidade de intercâmbio de informações entre especialistas de todo o País e a abordagem de todas as faixas etárias pediátricas fizeram com que o evento fosse tão bem aceito e batesse recorde de congressistas. “Tivemos a participação de muitos acadêmicos e de residentes, especialmente na apresentação dos trabalhos científicos, que foram mais de 170. Essa aproximação é muito importante para a pediatria, porque um especialista com a visão mais ampla traz um atendimento mais qualificado”, enfatizou a dra. Paula.

PROGRAMA EM FOCO – O Congresso contou com mais de 50 palestrantes divididos nas miniconferências, painéis para discussão de casos clínicos e sessões temáticas. Nos quatro dias de evento, foram abordados assuntos como “Doença Renal Crônica e Nutrição”; “Novos Anticoagulantes em Nefropediatria”; “Síndrome Nefrótica – Dados da Rede Brasileira de Síndrome Nefrótica na Infância – REBRASNI”; “Hipertensão Arterial Sistêmica”; “Terapia de Suporte Renal”; “Gestão em Nefrologia”; e mais. Além disso, foi promovido ainda dois cursos pré-congresso: “Hands On: Terapia de Suporte Renal Aguda e Crônica em Pediatria” e “Hands On: Disfunções do Trato Urinário Neurogênicas e Não Neurogênicas”.

Para a presidente do evento, dra. Emmanuela Bortoletto Santos dos Reis, é de suma importância falar mais sobre os tratamentos das crianças e adolescentes com problemas renais, uma vez que, quanto mais cedo o diagnóstico, mais eficaz é o tratamento.

“Conseguimos destacar a importância da nefrologia pediátrica, uma especialidade que enfrenta desafios como a baixa procura em programas de residência médica e limitado apoio de entidades políticas e civis. O evento também buscou fortalecer a comunidade de nefrologistas pediátricos e advogar por mais reconhecimento e recursos para a área. Para nós, nefropediatras, esse congresso foi a valorização da nossa especialidade”, pontuou.

A especialista ressaltou ainda as discussões e os resultados trazidos pelo Fórum Nacional de Nefropediatria, realizado durante o Congresso, com objetivo de analisar e discutir necessidades da especialidade; as necessárias atualizações em legislações e boas práticas; e a análise da RDC N° 11, de 13 de março de 2014, que regula aspectos fundamentais das práticas da nefrologia pediátrica.

“O fórum em defesa da nefropediatria foi um dos pontos altos do congresso, culminando na criação da Carta de Cuiabá, que propôs um projeto de linha de cuidado integrada para o paciente renal pediátrico. Este resultado demonstra que as expectativas do evento foram não apenas atendidas, mas superadas, promovendo um diálogo frutífero entre os profissionais da área”, concluiu dra. Emmanuela. 

*Com informações da assessoria da SBN e do portal RD NEWS