O 23º Fórum da Academia Brasileira de Pediatria (ABP), que ocorreu paralelamente ao 26º Congresso Brasileiro de Perinatologia em Florianópolis (SC) na última sexta-feira (13), prestou homenagem ao professor dr. Nélson Grisard. O pediatra catarinense é reconhecido por sua trajetória na neonatologia e pela defesa dos preceitos éticos na medicina.

Nascido em Florianópolis, dr. Nélson Grisar formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Paraná, em 18 de dezembro de 1961. No ano seguinte, especializou-se em Pediatria pelo Serviço do Professor Pedro de Alcântara, no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). Em 1969, se tornou especialista em Neonatologia pelo Hospital Infantil do México, México-DF.

Foi fundador e primeiro presidente da Sociedade Catarinense de Pediatria. Na SBP, foi membro dos Comitês de Neonatologia, Ensino e Bioética, e ex-secretário do então Conselho Acadêmico, hoje ABP, por duas gestões. Na ABP, tomou posse como membro titular em 7 de março de 1997, ocupando a cadeira nº 20, cujo patrono é o dr. Antônio Simão dos Santos Figueira.

“Estou muito feliz por receber essa homenagem. Minha passagem pelo México foi muito decisiva, aprendi e trabalhei muito. No Brasil, atendia crianças em favelas e periferias aqui em Florianópolis. Obrigado a todos vocês e eu estou à disposição da nova presidente”, disse o dr. Nélson.

PERSPECTIVAS – Com o tema “Os limites das perspectivas na assistência neonatal”, o evento abordou questões cotidianas que envolvem avanços tecnológicos e terapêuticos, bem como progressos no conhecimento fisiopatológico. “São questões do nosso dia a dia assistencial que envolvem avanços tecnológicos e terapêuticos aliados aos progressos no conhecimento fisiopatológico, os quais serão analisados nas perspectivas ética, bioética, cultural e, inclusive, de valores pessoais”, destacou o presidente da ABP, dr. Jefferson Piva.

O presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Dr. Clóvis Francisco Constantino, enfatizou a evolução das questões éticas relacionadas ao recém-nascido. “Nós, que somos bioeticistas, temos sempre presente na nossa linha de raciocínio os debates e reflexões sobre os dilemas que se apresentam para nós, como a questão da terminalidade da vida dos nossos recém-nascidos, uma vez que estes também entram em situações críticas irreversíveis”, pontuou.

Dr. Mário Santoro Júnior, coordenador da Comissão Científica do Fórum, acrescentou que a escolha do tema foi influenciada pelo paralelismo com o Congresso Brasileiro de Perinatologia, que aborda temas técnicos da especialidade. Durante a manhã, os palestrantes discutiram sobre viabilidade fetal, cirurgia intrauterina, manipulação genética, arquitetura cerebral e assistência ao recém-nascido.