39º CBP aborda comportamento ético nas redes sociais

Um grande dilema moral está sendo vivido nos dias de hoje: a coexistência da ética médica – nascida há 2.500 anos, quando Hipócrates criou todos os tratados da medicina – com os avanços invasivos e expositivos da vida digital. A reflexão foi levada à programação do 39º Congresso Brasileiro de Pediatria (CBP), que promoveu um colóquio com o tema “Ética Médica e Redes Sociais”. 

A discussão foi coordenada pelo 1º vice-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Clovis Francisco Constantino, que, a partir das principais dúvidas dos especialistas, alerta: se as suspeitas são muitas, nada melhor do que se resguardar tendo um exemplar do Código de Ética Médica para consultas eventuais. Segundo ele, embora o profissional médico deva ser conhecido pela população, há que se ter cuidado com possíveis exageros na divulgação dos temas, que não podem ser interpretados como sensacionalistas. 

FAKE NEWS – Falando sobre o crescimento da divulgação de informações via grupos de WhatsApp, quando, muitas vezes ‘fake news’ com recomendações ditas médicas são compartilhadas, o dirigente da SBP alerta ainda que é importante um trabalho de conscientização em duas pontas: médicos e população. 

“Os médicos têm que entender que estamos vivendo um momento em que todas as facilidades tecnológicas estão à disposição, mas eles, por deterem o conhecimento científico, têm a obrigação de usar isto de maneira adequada. Tudo que se fazia antes do ‘boom’ das mídias sociais, do ponto de vista ético, tem que continuar sendo feito”, disse. Para o dr. Constantino é importante, ainda, um olhar crítico por parte das pessoas. Um exemplo citado é o recente movimento antivacinas que se propagou.

 

MANUAIS DE ÉTICA – Ainda sobre a comunicação do médico com a sociedade, o dr. Constantino, em sua intervenção na mini conferência ‘Publicidade Médica’ alertou os profissionais, principalmente os mais jovens, que usam muito a publicidade como ferramenta, para que observem o  Código de Ética Médica elaborado pelo Conselho Federal de Medicina e consultem a Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (CODAME), bem como o Manual de Publicidade Médica.