As causas externas representam uma das principais causas de morte entre crianças e adolescentes. A maioria desses acidentes, no entanto, pode ser evitada com medidas simples de prevenção. Esses cuidados nortearam a mesa-redonda “Esqueceram de mim, criança”, realizada no 3º Congresso Brasileiro de Pediatria On-line, promovido pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

O encontro aconteceu no dia 28 de setembro e contou com a participação de especialistas do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas na Infância e Adolescência da SBP. A moderação foi realizada pela dra. Sarah Saul; e as palestras conduzidas pelas dras. Adriana Rocha Brito, Maria de Fátima Fernandes Géa e Tania Maria Russo Zamataro.

Durante o encontro, as pediatras enfatizaram a importância de identificar potenciais riscos conforme as fases de desenvolvimento de crianças e adolescentes. Elas também orientaram sobre como adaptar e implementar medidas de segurança em locais como residências, escolas, parques, vias públicas e áreas aquáticas.

“Impressiona saber que essas situações acontecem na própria residência e seu entorno. Até o fim da idade escolar, a maioria dos acidentes ocorre em casa, que deveria ser um local seguro para a criança circular, explorar e investigar o seu ambiente. A curiosidade é bem-vinda e é ótimo que as crianças sejam assim. Mas é nosso papel organizar esse ambiente para que ele seja seguro”, pontuou a dra. Adriana.

Durante as palestras, as especialistas enfatizaram ainda a necessidade de os pediatras auxiliarem os pais a identificar potenciais riscos que envolvem o espaço da criança e de orientá-los sobre ações protetivas, visando o desenvolvimento integral, saudável e seguro das crianças e adolescentes.

“As consultas pediátricas são uma oportunidade de prevenção e orientação. Nós temos esse papel e devemos aproveitar esse momento para falar sobre esse assunto, que segue tendo uma alta taxa de internação e mortalidade entre as nossas crianças. Já que falamos de aleitamento e vacinas, devemos também falar sobre a prevenção de acidentes”, ressaltou a dra. Sarah.

Neste contexto, a dra. Fátima acrescentou que as orientações devem começar já nas consultas pré-natais e que a atuação do pediatra vai além da assistência, mas está também na educação dos pacientes e famílias. “Precisamos falar sobre o papel dos responsáveis não só nas palavras, mas nas atitudes. Temos que praticar um comportamento seguro no trânsito, por exemplo. Isso faz parte da prevenção básica”, destacou. 

Ao fim do encontro, as pediatras conduziram uma sessão de perguntas e respostas, com dúvidas encaminhadas pelos congressistas durante as apresentações abordando temas como: uso de cadeirinha em bicicletas; riscos das crianças andarem desacompanhadas em elevadores; como os pediatras podem auxiliar na prevenção de acidentes; acidentes domésticos durante a pandemia de covid-19; entre outras.