40º CBP: impacto das doenças crônicas não transmissíveis na adolescência

O panorama, as estratégias e o papel do pediatra no diagnóstico e no controle de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como diabetes e obesidade, foram alguns dos assuntos que marcaram a tarde do penúltimo dia do 40º Congresso Brasileiro de Pediatria.  

Uma mesa-redonda reuniu quatro especialistas do Departamento Científico (DC) da Adolescência da SBP para tratar do assunto, entre elas a dra. Darci Bonetto, que mediou o momento. A dra. Tamara Beres Lederer Goldberg, secretária do departamento, compartilhou informações sobre o panorama atual das doenças crônicas não transmissíveis em adolescentes e alertou para a necessidade da prevenção desde cedo. 

"É importante fazer a prevenção intra útero durante a gestação. Estamos observando que os dados não são favoráveis. Existe um aumento da prevalência de todas as doenças crônicas não transmissíveis, entre elas a obesidade e a síndrome metabólica.”, destacou. 

Em seguida, a dra. Alda Elizabeth, que preside o DC de Adolescência da SBP, elencou algumas estratégias facilitadoras na adesão ao tratamento por parte do adolescente. "É importante que o adolescente participe de forma efetiva desde a hora do diagnóstico. Estar junto com o profissional, programando o que vai ser feito, envolver a equipe multidisciplinar. É preciso criar esse vínculo, mostrar todas as informações sobre a doença e deixar claro que, se ele falhar em algum momento, ele prejudica o controle, o tratamento ou mesmo a cura da doença”.  

No último painel a dra. Ligia de Fátima Nóbrega Reato, que também compõe o DC, falou sobre o papel do pediatra no preparo à autonomia e ao autocuidado do adolescente, como forma de assegurar a adesão ao tratamento e controle das doenças crônicas. “Autonomia está relacionada a independência, liberdade e autossuficiência. Não é só uma lista de tarefas que o adolescente precisa cumprir. E o autocuidado depende diretamente dessa autonomia”, defendeu.