Uma conquista da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) se torna realidade, a partir de agora, com a abertura das inscrições para o primeiro exame nacional de proficiência (análise curricular) para obtenção do certificado na área de atuação em Emergência Pediátrica. O processo será realizado pela SBP em comissão paritária composta por membros da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramed) e da Associação Médica Brasileira (AMB). Os interessados têm até as 17h do dia 29 de março para se inscrever, observando o disposto no item 3 do edital.

ACESSE AQUI A ÍNTEGRA DO EDITAL.

O candidato deverá preencher a ficha de inscrição disponibilizada no site da SBP e efetuar o pagamento referente à taxa através de boleto bancário, respeitando a data de vencimento.

Após, deverá encaminhar (via SEDEX ou FEDEX no prazo de até 72 horas) a cópia da ficha de inscrição preenchida, comprovante de pagamento da taxa respectiva, bem como cópias de todos os documentos exigidos no edital para a sede da SBP.

O endereço para postagem é Rua Santa Clara, 292, Copacabana, Rio de Janeiro (RJ), Cep: 22041-012. As solicitações de inscrição postadas após a data limite estarão automaticamente indeferidas.

A lista com a confirmação das inscrições recebidas para avaliação curricular estará disponível a partir das 10h do dia 10 de abril no site da SBP e da Abramed. O resultado final será divulgado no dia 25 de abril, a partir das 14h, nos sites de ambas as instituições.

AVALIAÇÃO – O exame será constituído por prova de títulos, ou seja, por qualificação por meio de avaliação curricular na respectiva área de atuação, que será realizada pela Comissão Examinadora e Julgadora com base no sistema de pontuação descrito no edital.

Para a presidente da SBP, dra. Luciana Silva, o pediatra emergencista é extremamente importante e carente no meio pediátrico. “Com essa nova área de atuação, vamos melhorar significativamente a qualidade da assistência nas emergências”, frisa.

O presidente do Departamento Científico de Emergência da SBP, dr. Hany Simon Júnior, corrobora com essa opinião. Segundo ele, nos prontos-socorros são atendidos pacientes com doenças graves de todas as especialidades médicas e parte das consultas e procedimentos médicos são realizados pelos serviços de saúde.

“Dessa forma, o médico socorrista deve ser bem treinado no diagnóstico e tratamento de patologias variadas e ter raciocínio ágil e preciso para exercer sua especialidade da forma mais adequada possível”, comenta.

Para o dr. Hany, devido à evolução da medicina e o aumento da sua complexidade, o emergencista pediátrico é considerado um especialista em vários países do mundo e agora haverá também esse reconhecimento no Brasil. “A criação dessa área de atuação permite que certifiquemos esse especialista e que se promova ações de educação continuada nessa área”, enfatiza.

BENEFÍCIOS – Segundo o dr. Hany, a área de atuação em Emergência Pediátrica trará benefícios não só para a especialidade, mas para o atendimento médico no país. Para ele, o médico emergencista, que está na linha de frente do atendimento de saúde, terá a sua especialidade reconhecida, obterá o título dessa área de atuação, será mais bem formado e com maiores condições de atualização para trabalhar numa área de saúde tão crítica. “Virtualmente, todo pediatra trabalha, trabalhou ou trabalhará em um serviço de emergência”, complementa.

O pleito por esse reconhecimento teve início em 2009 quando a SBP encaminhou ofício à AMB e a Comissão Mista solicitando que a Área de Atuação em Emergência Pediátrica fosse configurada como domínio de conhecimento especializado, tendo em vista a crescente demanda de atendimento nos Serviços de Emergências Pediátricas nos hospitais públicos e privados em todo o país.

Em 2014, o Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou a Emergência Pediátrica como área de atuação da pediatria. No entanto, era preciso ainda que a área fosse aprovada pelo Conselho Científico da AMB e pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).

Em agosto de 2015, ocorreu a aprovação definitiva em reunião da Comissão Mista de Especialidades (CME), integrada pela AMB, pelo CFM e pela CNRM, dando vitória para SBP e os pediatras brasileiros.

Em 2016, 20 instituições brasileiras – dentre elas a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Federal de São Paulo (Unifesp) e a Federal de Minas Gerais (UFMG) – solicitaram autorização para oferecer a Residência em Emergência, das quais 12 delas na Área de Atuação em Emergência Pediátrica. Outra escola que manifestou interesse foi a Universidade de São Paulo (USP) nas suas unidades da capital e de Ribeirão Preto.

VITÓRIA – O 2º vice-presidente da SBP, dr. Edson Liberal, reforça que a atual gestão da instituição deu continuidade a todo o processo iniciado no passado, apoiando a Abramed e trazendo  aos pediatras brasileiros essa importante conquista para a especialidade.

Na avaliação da diretoria da SBP, a criação dessa área de atuação permite a certificação desse especialista e a promoção de ações de educação continuada nessa área.

O Dr. Hany comemora a vitória da SBP e enfatiza a continuidade dada pela atual gestão da instituição ao pedido. “Ficam meus parabéns e agradecimento a todos que trabalharam em prol dessa conquista histórica para a pediatria e a saúde no Brasil”, destaca.

O especialista lembra ainda que o próximo passo após a titulação de emergencistas pediátricos por proficiência será a prova de título em Emergência Pediátrica.

CONGRESSO – Diante da importante conquista da pediatria, o dr. Hany lembra que entre os dias 2 e 5 de maio, em São Paulo (SP), acontecerão, simultaneamente, o 1º Congresso Sul-americano, 2º Congresso Brasileiro e 3º Congressos Paulista de Urgências e Emergências Pediátricas, que contarão com 139 palestrantes renomados, sendo nove deles internacionais.

Dr. Hany destaca que o evento – realizado pela SBP em parceria com Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) e Sociedade Latino-americana de Emergências Pediátricas (SLEPE) com o apoio da Associação Latino-americana de Pediatria (ALAPE) – traz inovações com um programa completo e abrangente, valorizando a produção científica e as interações entre os participantes.

“Para essa edição criamos os ‘big rounds’, que são aulas completas de temas de emergências nas diferentes áreas de atuação pediátricas. Além disso, haverá um tempo maior para debate após as atividades”, enfatiza.

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