É preciso implantar a triagem neonatal para identificar as imunodeficiências primárias. Da mesma forma, é preciso prevenir, identificar e tratar o quanto antes as crianças com doenças alérgicas para evitar comprometimento da qualidade de vida. Essa foi uma das principais constatações do primeiro dia de debates do 14º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia Pediátrica (Alergoped), que aconteceu em Cuiabá (MT), entre os dias 17 e 20 de maio, com a participação de mais de 500 pediatras, além de outros especialistas.
CONFIRA COMO FOI A PROGRAMAÇÃO
Aproximadamente 30% das crianças brasileiras sofrem de algum tipo de alergia. Os quadros possuem diferentes contornos: dos mais simples aos mais complexos. A alergia ao leite de vaca, que mereceu um painel específico no evento, é umas das mais comuns. E com um detalhe importante: trata-se de um transtorno que não tem fácil identificação. É preciso confirmar a hipótese diagnostica através do teste de provocação oral antes de prescrever qualquer fórmula específica.
DIAGNÓSTICO – Segundo os especialistas no tema, para chegar ao diagnóstico da doença é preciso fazer um teste de provocação com o alimento. Dificuldade para engolir, falta de apetite, vômitos, intestino preso, cólicas intensas e sangue nas fezes são alguns dos sintomas que podem indicar que a criança tem alergia ao leite de vaca. Mas os exames são indispensáveis.
“O pediatra deve evitar o excessivo diagnóstico de alergia à proteína do leite de vaca a partir de sintomas duvidosos e mal definidos. Muitas vezes o sintoma é apenas uma adaptação do organismo no caminho do amadurecimento e tolerância intestinal. Quando o sintoma é suspeito, os centros de atendimentos destes pacientes devem realizar o teste de provocação oral antes de prescrever e liberar o uso de fórmulas especiais “, afirma o presidente do Departamento Científico de Alergia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Emanuel Sarinho.
Além disso, alerta, é preciso também estar atento à diferença entre alergia ao leite e intolerância à lactose. A alergia é uma reação do sistema de defesa do organismo às proteínas, proteínas dos alimentos. A intolerância é decorrente da dificuldade do organismo em digerir a lactose, açúcar do leite, devido à diminuição ou da ausência de lactase, enzima que a digere.
ASMA – Outro tema que chamou bastante atenção no primeiro dia de 14º Congresso foi a asma nas instituições de ensino. Essa doença afeta cerca de 10% das crianças em idade escolar. Segundo o pediatra, as crianças até seis anos de idade estão em pleno desenvolvimento imunológico e, por isso, estão mais suscetíveis a contraírem doenças associadas aos vírus, em ambientes de aglomeração, incluindo as escolas.
Este é o preço da adaptação do organismo que não foi preparado para ser exposto tão precocemente como acontece nos dias atuais. Assim, estes resfriados dos primeiros anos devem ser encarados como adjuvantes do amadurecimento e encarnados com mais naturalidade. A exceção ocorre quando ocorre mais de 10 vezes ao ano na criança pequena, ou quando assume gravidade ou ficam prolongados com tosse e chiado.
Nestes casos o pediatra vai identificar e avaliar se estes sintomas podem ser asma. A avaliação da predisposição familiar e da presença de outras doenças alérgicas ajuda no diagnóstico. A persistência da alergia dependerá da doença e do órgão envolvido. A alergia ao leite de vaca com sintomas exclusivos no sistema digestivo tende a desaparecer com o crescimento.
Independente da alergia, se tratada adequadamente, uma criança pode ter uma vida normal, com pleno convívio social. Tratamentos experimentais de alergia alimentar estão em andamento, como a imunoterapia oral e epicutanea. Até estarem disponíveis, é preciso que pediatras, pais e educadores se unam em busca de políticas públicas que incluam os testes de diagnóstico na triagem neonatal e fiquem atentos aos cuidados no dia-a-dia dessas crianças.
PROGRAMAÇÃO – O 14º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia Pediátrica (Alergoped) teve em sua programação palestras e conferências que trataram sobre inúmeros temas. Além de asmas, os participantes discutiram questões relativas à rinite, alergia alimentar, medicamentos, entre outras questões que afetam a saúde de recém-nascidos, crianças e adolescentes.
Atualmente, as alergias infantis correspondem a mais de um terço dos atendimentos em ambulatórios e consultórios. Nos casos mais graves pode, inclusive, levar à morte. O 14º Alergoped foi realizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em parceria com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) e a Sociedade Mato-grossense de Pediatria (SOMAPE).
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