A conscientização da população sobre as doenças inflamatórias intestinais, que incluem a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, é o mote de uma série de ações coordenadas por especialistas durante este mês. A iniciativa conta com o apoio do Departamento Científico de Gastroenterologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). No chamado “Maio Roxo”, os médicos alertam a sobre a importância do diagnóstico precoce para estes males, o que permite o início do tratamento antes do agravamento dos quadros.
De acordo com a dra Ana Daniela Izoton de Sadovsky, membro do Departamento que se dedica a análise do tema na perspectiva dos desdobramentos na infância e na adolescência, a informação é fundamental no processo de enfrentamento desses transtornos. A doença de Crohn e a retocolite ulcerativa afetam o sistema digestivo e fazem com que o tecido intestinal inflame, resultando em feridas e sangramentos.
No mundo, cerca de 5 milhões de pessoas vivem com essas patologias crônicas. No último dia 19 (sexta-feira), foi celebrado o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal, quando houve esforço redobrado no esclarecimento à sociedade em geral. Recentemente, a presidente da SBP, dra Luciana Rodrigues Silva, abordou a questão em uma aula no webnario de curso do Tratado de Pediatria, disponível na internet. Na oportunidade, falou sobre quando os especialistas devem pensar nas doenças inflamatórias intestinais, etapa do diagnóstico.
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DIAGNÓSTICO - “Essas doenças não são comuns em crianças. Mas, nos últimos anos, vêm aparecendo cada vez mais cedo, até mesmo em algumas com menos de um ano. Isso pode, inclusive, dificultar o diagnóstico, já que podem ser confundidas na fase inicial com alergias alimentares, por exemplo”, analisa o dr. Silvio da Rocha Carvalho, também membro do Departamento Científico de Gastroenterologia da SBP.
As causas para o aparecimento das doenças inflamatórias intestinais ainda não são totalmente esclarecidas. Entretanto, há indícios de existência de relação da doença com o aumento da industrialização e as suas consequências, como mudanças ambientais e de alimentação.
“Não podemos deixar de lado também o fator genético. Porém, mesmo que este seja inevitável, há meios de retardar sua manifestação”, contou a dra. Ana Daniela Izoton de Sadovsky. Para ela, entre as alternativas de prevenção estão a amamentação exclusiva até os 6 meses, sendo mantida até os 2 anos; a oferta de alimentação saudável; e evitar as comidas industrializadas.
DIFERENÇAS - Sobre a diferença entre as duas doenças, o dr. Silvio da Rocha Carvalho afirma que aparece no tipo de lesão que causam no intestino. “A retocolite ulcerativa é restrita ao cólon, basicamente. Já a doença de Crohn pode atingir da boca ao ânus. A primeira tem maior incidência, porém a segunda vem aparecendo cada vez mais nos últimos anos, principalmente em crianças”, disse.
O tratamento para ambas pode ser médico ou cirúrgico, variando conforme o tipo e a extensão da patologia. “É essencial que exista um comprometimento em discutir sobre os problemas que essas doenças causam. Para as famílias, o diagnóstico correto é essencial”, afirmou dr. Aristides Schier as Cruz, secretário do Departamento de Gastroenterologia da SBP, destacando o impacto positivo dessa medida no início do tratamento adequado.
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