Arte e pediatria se encontram no novo álbum do dr. Antônio Ledo

Além das inúmeras tarefas que englobam os atendimentos a crianças e adolescentes, diversos pediatras conciliam o trabalho dentro de hospitais e consultórios com atividades ligadas ao mundo das artes. Esse é o caso do dr. Antônio Ledo ou simplesmente Tuninho, membro do Conselho Editorial Executivo do Jornal de Pediatria (JPed) e professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que acaba de lançar um novo álbum, intitulado “Ainda o amor”.

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Segundo o especialista, mesmo a atuação em áreas aparentemente distintas – como a medicina e a música – pode ser compreendida como um exercício relacionado. “Muitas pessoas ainda pensam que conciliar mais de uma atividade profissional não é possível. Quando existe uma demanda significativa de ambas as partes, pode ser realmente complicado. Mas se for encarado como um ofício de horas vagas, ainda mais no caso da música e das artes em geral, proporciona satisfação ao invés de cansaço”, informa.

Em sua obra mais recente, Tuninho Ledo faz sua estreia definitiva a frente dos vocais, interpretando músicas autorais, como o samba “Parque de Madureira”, que de forma descontraída relaciona termos médicos populares às dores de amor. “É que o meu problema exige atenção / Um ecocardiograma recente acusou dilatação / O doutor é craque na sua profissão / Mas só entende metade do que passa no meu coração” diz um trecho.

O CD traz ainda canções românicas e crônicas, como “Queixas”, “Tudo ou Nada”, “Navegante” e “Bem Me Quer”. O conteúdo completo da obra pode ser conferido através das plataformas de streaming de música.

TRAJETÓRIA – Formado em Medicina pela UFRJ, em 1979, o especialista relata que já na época da faculdade encontrava maneiras de conciliar suas duas grandes paixões: medicina e música. Durante a faculdade, participava frequentemente de festivais universitários, chegando a conquistar algumas vitórias ao lado do seu parceiro musical, Max Barreto. O bom desempenho da dupla resultou inclusive na gravação de um Long Play (LP).

Mesmo no período de sua especialização como epidemiologista, realizada na Carolina do Norte, (EUA), o pediatra manteve sua vocação alimentada com os shows de música brasileira que promovia em pequenas reuniões na casa de amigos. “Além disso, havia a oportunidade de tocar ao lado de professores renomados, como o epidemiologista David Kleinbaum”, salienta ele.

Em 1996, de volta ao Brasil, Tuninho dedicou-se a constituir uma carreira acadêmica bem-sucedida, chegando a ocupar o cargo de vice-reitor da UFRJ. Ao mesmo tempo, continuou assíduo em sua produção musical, participando de inúmeros concertos e lançando dois CDs: “Companheiro” e “Meio metade”.

Para aqueles que ainda duvidam da potencialidade da arte sobre o desempenho de outras atividades profissionais, o dr. Antônio Ledo afirma que atuar como músico é definitivamente gratificante. “Me ajuda muito no trabalho diário. A música não é uma algo linear, possui outra lógica. Tocar violão ou cantar faz bem. O ato de criar é algo renovador", conclui.

Na avaliação da presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra Luciana Rodrigues Silva, a atuação de dr Antonio Ledo não tem retoques nas duas áreas – medicina e música. “Na verdade, penso que são complementares. Ao fazer música, um profissional, como o Tuninho, abre seu coração e sua sensibilidade para o mundo, para o próximo. Com certeza, isso tem um impacto positivo na sua relação com os pacientes e com a comunidade, tornando-o mais próximo daqueles de quem cuida”, disse, ao estimular que outros pediatras sigam o mesmo caminho.