Júlia, Leonardo, Carolina, Maria Luiza e Gabriel nasceram em cidades ou estados onde vereadores, prefeitos, deputados, governadores, inspirados na campanha, decidiram fazer a sua parte e a licença-maternidade de seis meses já é lei, beneficiando funcionárias públicas. Conheça um pouco das personagens que representam um exemplo de política pública voltada para uma infância melhor.
“Júlia quase não adoece, e quando isso acontece fica curada muito rapidamente. Vivemos em clima quente e ela gosta de andar descalça, tomar banho de mar e de mangueira, vive correndo atrás das galinhas. Um dia desses, fomos ver a lua nascer. Às 20h, ela e Isabella, minha filha mais velha, estavam na praia. Vivem com muita liberdade. Júlia mamou até os seis meses exclusivamente no peito e continuou depois mamando até um ano e meio. O desmame foi terrível. Ela chorava e eu também. É uma menina inteligente, amável. Nem gorda, nem magra demais. Pelo que observo é muito esperta, engatinhou com seis meses, já pronuncia muitas palavras, tem uma capacidade cognitiva muito boa. É muito saudável, nunca precisou tomar antibióticos ou antiinfamatórios. Nasceu em março de 2006. Da minha primeira filha tive que me afastar quando ela fez quatro meses e me senti muito mal. Foi como se tivesse deixado meu coração em casa.Acredito que a licença-maternidade de seis meses pode ser um grande diferencial no desenvolvimento psíquico, emocional, físico e motor da criança. A mãe também tem mais tempo para conhecer o filho e suas necessidades, além de poder transmitir os valores culturais da família. A amamentação exclusiva ainda acrescenta muita saúde para a mãe e para o bebê.Beberibe se tornou um ícone do aleitamento materno, do apoio social ao vínculo afetivo e à amamentação. Aqui em Horizonte também estamos lutando pela mesma causa. Quando retornei da licença-maternidade fui requisitada para retornar à minha função de secretária-executiva do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMDICA). Em outubro fui eleita presidente do Conselho. Temos vários projetos, entre os quais realizamos reuniões itinerantes, mensalmente, em órgãos que desenvolvem políticas públicas para a infância e adolescência, com objetivo de fortalecer a rede de garantias dos direitos da criança e do adolescente. Acho que os frutos colhidos com a mobilização já foram grandes. Por todo o país, propostas como as de Beberibe se multiplicam. E o projeto da senadora segue para a aprovação. Recebo e leio o SBP Notícias e o SBP AmamentAÇÃO. Acompanho tudo. O papel da Sociedade é muito importante, pois leva informação e conscientização para a população. Estão sendo construídos, coletivamente, novos modelos de relacionamento e respeito à infância”.
Soraiça Colaço, socióloga, mãe de Júlia, funcionária do município de Beberibe (CE) em 2005 e hoje de Horizonte, onde atualmente preside o Conselho dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes.
“Achei ótima a iniciativa. Leonardo vai completar cinco meses e está em plena fase de amamentação. Seria muito complicado interromper no quarto ou quinto mês. Eu acompanho a Campanha. Minha irmã também foi beneficiada. Com minha primeira filha, Maria Fernanda, que está com seis anos, pude ficar mais tempo, pois acumulei licenças, mas poucas mães conseguem isso. Leonardo mama muito e é super saudável. Aqui no Paraná, o governo do estado ainda não aderiu. Tenho conversado com amigas de trabalho e todas são muito favoráveis, já conhecem a proposta e acham uma maravilha! Só sendo mãe para saber como é importante. O melhor é podermos estar tranqüilas na volta ao emprego, para trabalhar com vontade. Vou amamentar até quando der”.
Márcia Schmitt, funcionária do município de Londrina (PR), é diretora da escola Juliana Stinghen,
mãe de Leonardo e de Maria Fernanda.
Precisamos do neném junto de nós
“Durante a gravidez da Carolina, eu, como muitas outras mães, acabei entrando de licença antes do parto, pois com nove meses é difícil trabalhar, você já não produz tanto. Então, mesmo com as férias, retornei ao trabalho quando Carolina estava com cinco meses e o aleitamento materno ficou complicado. Mas agora, com a prorrogação da licença, vou poder amamentar Camily até quando ela quiser. É importante trabalhar, mas também precisamos do nosso neném junto de nós”.
Letícia Marta Torrezani, funcionária do município de Vitória, no Espírito Santo, mãe de Carolina, de seis anos, e agora de Camily, de quatro meses. Tinha acabado de retornar da licença ao trabalho, mas foi beneficiada com a nova lei.
“A diferença já existe na gravidez. Agora estou mais tranqüila, por saber que terei seis meses de licença-maternidade. É uma satisfação muito grande. Com a Ana tive apenas quatro meses. Sabemos que o mais indicado é o aleitamento materno exclusivo até os seis meses. Ficava preocupada, por causa do horário da amamentação, das despedidas. Agora sei que terei mais tempo para ficar com minha filha. Mesmo esperando o parto para abril, já estou desde agora sem as preocupações e incertezas que certamente teria. É um benefício muito grande. Com ele, podemos oferecer mais tranqüilidade para a criança. Com a Ana, eu comecei a retirar o leite, mas a sucção foi diminuindo e ela acabou mamando só até cinco meses e meio. Agora pretendo amamentar o máximo de tempo e ficar com minha filha o tempo todo. Fiquei sabendo da proposta pela televisão. Depois soube que estaríamos entre as primeiras beneficiadas. Queria que todas as mães pudessem se sentir como eu. A boa notícia não afetou só a mim, mas também ao meu marido e à minha filha mais velha. É um segurança para a família toda”.
Márcia Ferreira Cruz, recreadora da Creche Municipal Antônio Vieira Tavares, em Benfica, Juiz de Fora, Minas Gerais está grávida de cinco meses de Maria Luiza. A primeira filha, Ana Clara, tem 12 anos.
“Tenho um trabalho estressante, faço plantão de 12 horas e é complicado com uma criança tão pequena em casa. Com a Samarah, estava na faculdade, amamentei por quatro meses e tive que retornar aos estudos. É difícil, a gente acaba não tendo o tempo que precisa para o bebê. Com o Gabriel será mais fácil estar junto dele, reforçar nossa relação de mãe e filho, pois terei tempo para amamentar, estar junto dele, ver suas necessidades, que são grandes. Com apenas quatro meses, deixando a criança em casa, a cabeça também fica lá. Se a criança adoece, a mulher acaba faltando mais ao trabalho. Com os seis meses a criança está mais madura e a mãe também.
Principalmente para quem tem mais de um filho é difícil administrar o tempo. O bebê e o filho mais velho, sem falar do pai e do resto da família. Quando o bebê chega, toda a estrutura da família muda e isso pode gerar conflitos. Com a mãe presente é possível organizar melhor tudo. Realizada emocionalmente, a mulher rende mais, retorna com mais energia para atender aos objetivos da empresa. A mãe realizada profissionalmente fica também feliz na relação com a família. Uma coisa ajuda a outra.
Marinice Campelo é enfermeira, funcionária do estado de Rondônia, mãe de Samarah Smith, de seis anos e de Gabriel Smith, nascido em 21 de maio de 2007.
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