Assassinato de pediatra na Bahia reacende cobrança por mais segurança aos profissionais de saúde

A violência aos profissionais de saúde provocou mais uma vítima fatal no Brasil. Na última quinta-feira (23), o dr. Júlio César de Queiroz Teixeira, de 44 anos, foi assassinado em uma clínica particular da cidade da Barra, oeste da Bahia, em pleno exercício da função. Um atirador invadiu o consultório e disparou quatro tiros contra o pediatra que, mesmo socorrido por funcionários da clínica, não resistiu ao ataque. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape) lamentam a morte do dr. Júlio, se solidarizam com a família, amigos e colegas de profissão, e alertam para o cenário de violência que os profissionais da saúde são expostos diariamente no ambiente de trabalho.

Como entidades repudiam o acontecimento e reforçam a necessidade de medidas que aumentem a segurança dos trabalhadores e trabalhadoras, inclusive em áreas como vizinhanças de hospitais e outros técnicos de saúde.

“É incompatível com a missão de médicos e das unidades de saúde, no atendimento dos brasileiros que buscam a prevenção de doenças ou tratamento para seus diagnósticos, o convívio com a violência sob qualquer forma”, declara a presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva .

SEGURANÇA - As agressões sofridas por profissionais da área de saúde já foram denunciadas em momentos anteriores pela SBP. No ano passado, junto a outras entidades médicas, a SBP recorreu aos Ministérios da Saúde e ao da Justiça e Segurança Pública, solicitando que invistam em ações para ampliar a proteção dos profissionais. Na ocasião, como entidades solicitando o reforço de policiamento nas unidades de saúde e a consolidação de um relatório que reúna informações sobre os casos de violência para auxiliar na elaboração de medidas mais efetivas de combate aos procedimentos.

Em 2017, pesquisa realizada pelo Datafolha, a pedido da SBP, revelou a dimensão do problema da violência que afeta os pediatras brasileiros. Os dados revelaram que um quarto dos entrevistados já havia sofrido agressão no trabalho nos últimos 12 meses.