Atenção à saúde emocional das crianças exige apoio incondicional da família

Publicado em 10 de julho de 2018 – por Viviane Bevilacqua

Na criação dos filhos, existe uma cena quase que comum: pais se equilibrando na corda bamba entre o que é educar, mimar e traumatizar. Além disso, há outro problema. O amor de pai e mãe muitas vezes cego a indícios de que algo na saúde mental do filho não está normal. Sim, as crianças também sofrem de tristezas e angústias, mas as manifestam de forma mais sutil, uma vez que seu repertório é diferente. É o contexto que pode ajudar a indicar se algo realmente é motivo de preocupação. A tristeza em função da troca de escola, da perda do cachorro ou da morte de um familiar é natural, parte do processo da vida. Mas se não há registro de experiências difíceis e a criança perde o desejo de brincar, torna-se apática e deixa de ter vontade de comer, pode ser um alerta para a família. Nesse universo, é difícil apontar regras, mas vale ter em mente que nem todo estresse faz mal à criança — alguns, inclusive, são necessários para o amadurecimento.

(...) É na primeira infância que os pequenos formam sua estrutura mental e constroem as sinapses — conexões entre neurônios, por onde circulam os impulsos nervosos, responsáveis por manter memórias e consolidar hábitos. Esses impulsos nervosos traduzem, em eletricidade no cérebro, as emoções e experiências do dia a dia. A neuropediatra Liubiana Arantes de Araújo, presidente do Departamento de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), explica que a formação da arquitetura cerebral ocorre nos primeiros anos de vida e será o alicerce para todas as outras aquisições ao longo dos anos. Um neurônio se conecta a outro e, nessa fase, as conexões são muito aceleradas.

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