Benefícios do aleitamento materno na prevenção ao câncer foram discutidos em Congresso de Pediatria de Pernambuco

Muito além de um vínculo afetivo, a amamentação nos primeiros meses de vida do bebê traz uma série de benefícios não só para a criança, como também para a mãe. Entre as vantagens do aleitamento materno para as mulheres está a diminuição do risco de câncer de mama e ovários, além da prevenção de crises …

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Muito além de um vínculo afetivo, a amamentação nos primeiros meses de vida do bebê traz uma série de benefícios não só para a criança, como também para a mãe. Entre as vantagens do aleitamento materno para as mulheres está a diminuição do risco de câncer de mama e ovários, além da prevenção de crises de enxaqueca no pós-parto. Esse foi um dos temas abordados durante o IV Congresso Pernambucano de Pediatria.  

Segundo estudos, a cada 12 meses de aleitamento, as chances de aparecimento de um tumor mamário diminuem em 4,3%. “Isso se deve ao nível de estrogênio no organismo da mulher, que não aumenta durante o período”, explica a pediatra Vilneide Braga, coordenadora do banco de leite do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) e presidente do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de Pernambuco (Sopepe).  

VIDAS - De acordo com dra Vilneide, as vidas de cerca de 20 mil mulheres vítimas de câncer de mama no mundo poderiam ser poupadas, anualmente, a partir do incentivo à amamentação. Os estudos apresentados por ela, em sua apresentação, mostram que amamentar previne o aparecimento de tumores nos ovários, também devido à produção hormonal. 

A descoberta mais recente diz respeito a mulheres que, antes da gestação, apresentavam quadros de enxaqueca relacionados ao período menstrual. “Normalmente, na primeira semana pós-parto, a mãe que tem esse histórico apresenta enxaqueca. O estudo foi realizado com mulheres na primeira e quarta semana após o procedimento e comprova a redução do problema”, explica dra Vilneide. 

No estudo, 686 mulheres foram assistidas durante a primeira semana pós-parto. Dessas, 266 possuíam o diagnóstico antes da gestação. A diminuição na recorrência das crises foi de 7,5% entre as que estavam em aleitamento materno exclusivo. 

AGENTE PROGRAMADOR – Para os bebês, a amamentação tem reflexos por toda a vida. “O aleitamento funciona como um agente programador, com consequências a longo e curto prazo”, defendeu a pediatra. Números mostram redução na mortalidade infantil e em mortes súbitas. Crianças alimentadas com leite materno durante a primeira hora de vida apresentam redução de 22% no risco de mortalidade neonatal. Se elevado a nível mundial, o aleitamento poderia prevenir a morte de 823 mil crianças menores de 5 anos por ano. 

O leite protege o bebê contra pneumonia, infecções do trato respiratório, doenças alérgicas, otite média aguda, diabetes e obesidade. Crianças amamentadas até os seis primeiros meses de vida ainda apresentam 19% menos chance de serem diagnosticados com leucemia.