O representante da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) para ações de combate ao álcool, tabaco e drogas, dr. João Paulo Becker Lotufo, lançará no dia 30 de maio um caderno com sugestões de aulas sobre o tema, destinado aos professores do Ensino Fundamental 2 (6º, 7º, 8º e 9º ano). O lançamento será na Escola de Aplicação da Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo (SP), e o objetivo é que as escolas públicas e privadas do Estado e de todo o Brasil passem a tratar o tema com os estudantes.
“É extremamente importante que esse assunto seja abordado nas salas de aula, a fim de dar ênfase sobre os males ocasionados pelo uso das drogas. Vários pedagogos trabalharam na elaboração dessas aulas programadas dentro do currículo escolar, em que cada matéria do Fundamental 2”, explica o dr. Lotufo. O caderno – que também teve a participação dos pedagogos Isadora Soares Galvanese, Vivian Tiemi Hamomoto e Cypriano César Claro Trevelin – traz duas aulas nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, Língua Inglesa, História, Geografia, Educação Física, Ciências e Artes para cada ano letivo, num total de 64 aulas.
Os professores que tiverem interesse no material podem fazer um cadastro no site do Dr. Barthô e realizar o download. “Qualquer professor pode baixar os livretos, copiar as propostas de aulas e desenvolver esse assunto com seus alunos”, observa o especialista. Ele conta ainda que, para que o caderno de aulas sobre drogas e tabaco chegue ao conhecimento do maior número possível de professores, também estão sendo enviados e-mails aos sindicatos de professores de todo o Brasil e que, pessoalmente, ele tem solicitado reuniões com sociedades médicas para apresentar a proposta.
Segundo resultados de um projeto piloto de prevenção patrocinado pela Pró-reitoria de Cultura e Extensão da USP, com 3.500 alunos de escolas públicas de São Paulo, em 2014, a discussão do tema álcool, drogas e tabaco em família retarda a experimentação dessas substâncias entre os jovens. “Falar sobre a não ingestão de bebidas alcoólicas antes dos 18 anos de idade é um assunto que deve ser discutido em sala de aula e, com esse material, pretendemos colaborar para diminuir a experimentação de drogas entre adolescentes e jovens enquanto as leis brasileiras não discutem a prevenção de drogas lícitas”, acredita o médico.
PROBLEMA MUNDIAL – A ingestão precoce de álcool é a principal causa de morte de jovens entre 15 e 24 anos em todas as regiões do mundo. De acordo com estudos internacionais, adolescentes escolares revelam que 39,2% experimentaram álcool pela primeira vez em casa, com familiares, muitos entre 12 a 13 anos. Quanto à forma de beber, 90% do abuso de álcool por adolescentes acontecem de maneira intensa e única, ou seja, pela ingestão de cinco ou mais doses na mesma ocasião. Foi o que mostrou uma pesquisa realizada nos Estados Unidos.
No Brasil, o problema também é grave, conforme mostram 28 estudos populacionais realizados com jovens entre dez e 19 anos. As Pesquisas Nacionais de Saúde do Escolar (PeNSE), por exemplo, apontaram consumo de álcool de 27,3% (edição de 2009) e de 26,1% (em 2012), sendo que cerca de 75% dos adolescentes – de 13 a 15 anos – declararam já ter experimentado álcool alguma vez. Desse total, 25% haviam relatado uso regular nos 30 dias anteriores à coleta dos dados, inclusive com episódios de embriaguez; e 9% assumiram problemas com a bebida.
Repercussão:
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