A nova versão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID 11) já está pronta com importante novidade para os especialistas que tratam da saúde de crianças e adolescentes. Da lista de novidades do documento, consta a inclusão do uso abusivo de jogos eletrônicos (a chamada gaming disorder) na seção de transtornos que podem causar vício. Ou seja, a dependência dos jogos de videogames online e off-line passa a ser entendida como doença.
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“Fica evidente a importância de alertar adolescentes, pais e profissionais que lidam com saúde e de educação nas escolas sobre a necessidade de restringir ao máximo o acesso a essas plataformas, cujo uso deve ser sempre supervisionado, evitando-se o início precoce e o seu excessivo e prolongado levando aos comportamentos da dependência”, ressaltou a presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra Luciana Rodrigues Silva, ao tomar conhecimento da mudança.
Por sua vez dra. Evelyn Eisenstein, membro do Departamento Científico da Adolescência da SBP e uma das responsáveis pelo guia Saúde das Crianças e Adolescentes na Era Digital, lançado com grande repercussão em 2016, a gaming disorder gera uma série de problemas. Dentre eles, o aumento dos transtornos de sono, da impulsividade, da ansiedade, da depressão, da agressividade e da violência.
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ENTRADA EM VIGOR – A CID 11 será apresentada para adoção dos Estados Membros em maio de 2019 (durante a Assembleia Mundial da Saúde) e entrará em vigor em 1º de janeiro de 2022. Definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a CID é a base para identificar tendências e estatísticas de saúde em todo o mundo e contém cerca de 55 mil códigos únicos para lesões, doenças e causas de morte.
O texto disponibilizado para pré-visualização em 8 de junho permitirá aos países planejar preparar traduções e treinar profissionais de saúde para seu uso. "A CID é um produto do qual a OMS realmente se orgulha", diz Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. "Ela nos permite entender muito sobre o que faz as pessoas adoecerem e morrerem e agir para evitar sofrimento e salvar vidas. Há mais de uma década em desenvolvimento, a CID-11 fornece melhorias significativas em relação às versões anteriores”, ressaltou a dirigente que destacou, dentre as novidades, o fato de, pela primeira vez, ser completamente eletrônica e possuir um formato amigável.
PROPOSTAS - Para sua elaboração, houve um envolvimento sem precedentes de profissionais de saúde, que se juntaram em reuniões colaborativas e submeteram propostas. A equipe da CID na sede da OMS recebeu mais de 10 mil propostas de revisão, ressaltando-se que o novo documento também reflete o progresso da medicina e os avanços na compreensão científica.
Os códigos relativos à resistência antimicrobiana, por exemplo, estão mais alinhados ao sistema global de vigilância da resistência antimicrobiana (GLASS). A CID-11 também reflete melhor os dados sobre segurança na assistência à saúde. Isso significa que eventos desnecessários que podem prejudicar a saúde – como fluxos de trabalho inseguros em hospitais – podem ser identificados e reduzidos.
A 11ª versão da CID também conta com novos capítulos, um deles sobre medicina tradicional; embora milhões de pessoas utilizem a medicina tradicional em todo o mundo, ela nunca havia sido classificada nesse sistema. Outro novo capítulo, sobre saúde sexual, reúne condições que antes eram categorizadas de outras formas (por exemplo, a incongruência de gênero estava incluída em condições de saúde mental) ou descritas de maneiras diferentes.
"Um dos mais importantes princípios desta revisão foi simplificar a estrutura de codificação e ferramentas eletrônicas. Isso permitirá que os profissionais de saúde registrem as condições de forma mais fácil e completa", afirma Robert Jakob, líder da equipe de classificação de terminologias e padrões da OMS. Para Lubna Alansari, diretora-geral assistente da OMS para medições e medidas de saúde, “a CID é um pilar da informação de saúde e a CID-11 fornecerá uma visão atualizada dos padrões de doença”.
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