Bons resultados com o transplante de células tronco
O VII Congresso Brasileiro Pediátrico de Endocrinologia e Metabologia (Cobrapem) será realizado de 14 a 17 de novembro, em Florianópolis (SC). Presidido pela dra. Marilza Leal Nascimento, reunirá mais de 50 professores do Brasil e do exterior. Entre conferencistas está o dr. Milton César Foss, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, que apresentará sua pesquisa sobre o transplante de células tronco, que tem sido usado no tratamento do Diabetes Mellitus. Leia a seguir, a entrevista.
Dr.Milton, como é o procedimento?
O processo se dá através de uma imunossupressão severa (realizada com medicamentos), para que o sistema imunológico tenha uma “perda de memória” e páre de atacar as células produtoras de insulina do pâncreas, bloqueando assim o processo auto-imune e reestabelencendo o equilíbrio. O sistema é reconstituído através do transplante de células tronco hematopoiéticas, para se fazer um rearranjo imunológico.
Que resultados foram obtidos?
Nessa primeira fase do estudo participaram 15 pacientes com idade acima de 12 anos e Diabetes Mellitus do tipo 1 com até seis semanas de diagnóstico e anti-GAD (dosagem do anticorpo no sangue) positivo. Dos 15, treze estão sem necessitar de insulina, alguns já há três anos. O primeiro paciente a receber o transplante teve cetoacidose e usou corticóide. Mesmo com o transplante, teve que voltar à insulina. Depois desse caso, só foram admitidos pacientes que não tiveram cetoacidose e foi proibido o uso de corticóide no período pós-transplante. Desde então, apenas um paciente teve que voltar à insulina, após ter forte pneumonia hospitalar em ambos os pulmões. O estudo constatou que os demais pacientes tiveram melhora no controle metabólico e nos níveis de peptídeo C. Houve, ainda, diminuição do anticorpo anti-GAD. Todos os pacientes apresentaram náuseas, vômito e alopecia após o transplante. Alguns deles tiveram infecções, que foram tratadas. Não houve nenhum óbito.
Quais as outras fases do estudo?
Estamos agora ampliando a seleção dos pacientes, recrutando também os que tiveram cetoacidose no diagnóstico. A seguir, possivelmente virão crianças abaixo de 12 anos. Todos os pacientes serão seguidos indefinidamente.
É muito cedo para se dizer que foi encontrada a cura do Diabetes tipo 1. É preciso continuar a pesquisa, para se avaliar o efeito a longo prazo. Também são necessários novos testes, com amostragens maiores. Mas, sem dúvida, o estudo mostra um caminho promissor.
O Dia Internacional do Diabetes, 14 de novembro, quando será aberto o VII Congresso Brasileiro Pediátrico de Endocrinologia e Metabologia, será marcado por atividades destinadas à população. Pela manhã, será realizada a “Oficina para a família”, coordenada pela dra. Elcy Andrade Falcão, de Pernambuco. A endócrino-pediatra vai conversar com os pais, respondendo suas dúvidas sobre diabetes e também participará, junto com a nutricionista Laylla Coelho, de Santa Catarina, do “Conversando sobre a contagem de carboidratos”, quando adultos e crianças diabéticas acima de 14 anos serão orientados sobre o controle da doença com a alimentação. À tarde, serão realizados mini-cursos para os congressistas, com inscrição já incluída na taxa geral do evento. Também ocorrerá a reunião do Departamento Científico de Endocrinologia da SBP, presidido pelo dr. Romolo Sandrini Neto. O Cobrapem é organizado pela SBP e pela Sociedade Catarinense de Pediatria (SCP), com o apoio Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Durante o Congresso, uma programação científica ampla vai abranger temas como osteoporose pediátrica, crescimento, puberdade precoce, os aspectos éticos no distúrbio de diferenciação sexual, tireóide, distúrbios alimentares, dislipidemias na infância, entre outros. Segundo a presidente, dra. Marilza Leal Nascimento, o evento vai interessar tanto ao especialista, quanto ao pediatra generalista, que precisa conhecer e identificar as doenças e, se for o caso, fazer o encaminhamento. “Além do bem-estar da criança, é preciso estarmos atentos à prevenção das doenças do adulto desde a infância”, assinala. Entre os convidados do exterior, a dra. Dorothy Bekker, dos Estados Unidos, também abordará a questão das “Células tronco e Diabetes Mellitus” e participará de Simpósio, discorrendo sobre as “Bombas de infusão e tecnologia em Diabetes”. Dr. Sandrini fará as conferências sobre “Tratamento da baixa estatura com GH” e “Estirão puberal: dá para contar sempre com ele?”. A prova para o Certificado de Atuação na Área de Endocrinologia Pediátrica será realizada às 8h do dia 14. Veja a programação completa
Representante da SBP participa de 2º Simpósio sobre Doenças Crôni...
21/11/2024 , 14:53Departamentos Científicos e Grupos de Trabalho da SBP apresentam ...
18/11/2024 , 12:16JPed: acesse agora os artigos do volume 100 - edição 6
18/11/2024 , 12:18SBP realiza webinar sobre hipovitaminose D para atualizar pediatr...
18/11/2024 , 12:15Pediatras celebram recertificação do Brasil como país livre do sa...
18/11/2024 , 12:14Reporte Semanal JPed: confira os novos informativos disponíveis e...
18/11/2024 , 12:12