Na manhã desta sexta-feira (6), terceiro dia do 40º CBP, aconteceu o colóquio “Dor musculoesquelética e Mídias Sociais”, moderado pela dra. Maria Odete, reumatologista pediátrica. De acordo com os participantes, o constante uso de aparelhos eletrônicos trouxe novos tipos de problemas, como a Síndrome do Trapézio, perda de massa muscular em crianças que não exercem atividades "outdoors" e má postura.
Os convidados para o debate foram o drs Clóvis Artur, presidente da Comissão de Reumatologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Reumatologia, o pediatra Ricardo Barros e a dra. Tábata de Alcântara, ortopedista infantil. Segundo a dra. Maria Odete, a queixa musculoesquelética é, de um modo geral, a terceira queixa mais frequente nas clínicas, depois da cefaleia e dor abdominal. Ela citou os tipos mais frequentes de dores que chegam aos consultórios.
De acordo com a dra. Tábata, as dores em membros superiores são mais raras, sendo mais frequentes as dores de membros inferiores. Entretanto, houve mudança no perfil de dor em crianças, pela mudança de estilo de vida desses pacientes. “Eles estão mais parecidos com os padrões de dor em adultos. Estamos vendo muita coisa que não víamos em crianças”, explicou.
O aumento do quadro de depressão em crianças abaixo dos 10 anos e ansiedade acima dessa idade foi um importante aspecto trazido pelo dr. Ricardo. Ele avalia que as crianças começaram a apresentar sinais de vício em tecnologia, o que contribuiu para o acréscimo de casos comportamentais ligados ao uso de jogos e mídias sociais, além dos sinais físicos. Apontou, ainda, que é importante que o pediatra identifique esses casos e os trate, em parceria com as famílias.
Os impactos do covid-19 sobre as crianças abaixo de cinco anos, que ainda não foram vacinadas, foi parte importante da discussão levantada pelo Dr. Clóvis Artur. “Precisamos dar atenção maior para as crianças e adolescentes infectadas, pois ainda não se sabe, com certeza, os efeitos da doença nesse público”, destacou.
Por fim, houve debate sobre a abordagem de lesões específicas para gamers, levando em consideração a cadeira gamer e ergometria. Para todos eles, a conclusão é a mesma: é preciso prescrever atividades físicas. Diminuir o tempo de tela, aumentar o tempo ao ar livre, a prática de exercícios físicos, o que pode fazer toda a diferença no combate a essas questões. Com a volta das aulas, aumento de contato entre as pessoas, espera-se que haja diminuição desses impactos, tanto os físicos quanto os psicológicos.
PED CAST SBP | "Neuroblastoma"
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