Com 1º Simpósio de Aleitamento Materno, SBP reforça seu compromisso com o estímulo a essa prática no Brasil

O 1º Simpósio Brasileiro de Aleitamento Materno abriu o calendário oficial do 38º Congresso Brasileiro de Pediatria, que acontece entre 10 e 14 de outubro, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza. Na programação, vários cursos, mesas redondas, debates e conferências. Na abertura, a presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra Luciana Rodrigues Silva, demonstrou sua alegria em realizar o evento e enfatizou que o assunto é ponto de honra para a classe pediátrica.

Segundo a presidente, o pediatra é o protagonista na assistência às crianças e aos adolescentes, com influência junto às mães e famílias. Assim, a SBP pretende ampliar o apoio aos profissionais para atuarem no suporte às mulheres que aderirem ao aleitamento materno. “Estamos muito satisfeitos com o número surpreendente de inscritos no Simpósio e empenhados em tornar perene a campanha Agosto Dourado – Amamentação Vale Ouro -, que promove a conscientização da sociedade em torno do tema”, disse.

De acordo com a presidente do 1ª Simpósio, dra Elsa Giugliani, o aleitamento materno tem consequências não só na saúde das mulheres e dos bebês, mas têm repercussões na família e na sociedade. “Há um grande impacto, especialmente na economia, pois as crianças que mamam ficam menos doentes, os pais faltam menos ao trabalho. Todos esses fatores exigem esforços dos empregadores e da sociedade como um todo, pois todos são beneficiados diretamente”, explica.

Além da dra Luciana Rodrigues Silva, estiveram na mesa de abertura do Simpósio, a presidente do Simpósio, dra Elsa Regina Giugliani; o presidente de Honra do Simpósio, dr José Dias Rego; a presidente do 38º Congresso Brasileiro de Pediatria, dra Anamaria Cavalcante; aCoordenadora Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, dra Claudia Puerari; e a vice-presidente do Simpósio, dra Diva de Lourdes Azevedo Fernandes.

AVANÇOS - Segundo a Coordenadora Geral de Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, dra Cláudia Puerari, é um grande avanço a inclusão desse tema em um congresso médico de âmbito nacional, que abre espaço para o debate sobre fatores relevantes que dizem respeito ao aleitamento materno. “Precisamos pensar nos aspectos biológicos que envolvem o aleitamento e também no contexto sociocultural, que leva em consideração aspectos como o fenômeno da Zika e o uso da chupeta, por exemplo”, argumenta.

A conferência presidida pela dra Elsa Giugliani apresentou dados gerais que reforçam o conceito de que a amamentação previne a mortalidade infantil. Ela falou ainda sobre os números estipulados como tempo ideal para amamentar. Na atualidade, esse período fica entre dois e três anos. A conferencista afirmou também que o Brasil não apresenta pesquisas recentes com relação ao tema: a última é de 2013. Contudo, para 2018, já estão em curso dois grandes estudos sobre consumo alimentar e aleitamento materno que devem nortear programas e políticas públicas.

Segundo ela, o Brasil apresenta grande avanço em políticas públicas e de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. Citou como exemplo o Método Canguru. Entre algumas curiosidades da apresentação da palestrante está o fato de que as crianças que mamam apresentam QI mais elevado e mais facilidade na aprendizagem; além da comprovação de que a amamentação favorece a flora dos bebês, que têm desenvolvimento intestinal mais saudável do que aqueles que foram privados do leite materno, como tem destaque em seu trabalho o professor David Mills, do Departamento de Alimentos da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

HOMENAGEM - O presidente de Honra do 1º Simpósio de Aleitamento, dr José Dias Rego, foi homenageado por sua contribuição ao Aleitamento Materno ao longo das últimas décadas. O médico carioca, Membro do Comitê de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria, desde 1978 até os dias atuais, sempre se preocupou com os baixos índices de aleitamento materno e prestou valioso serviço à pediatria e ao incentivo à amamentação.

Visivelmente emocionado e surpreso com a homenagem, o médico mencionou que é importante avançar sempre e perseverar naquilo que aprendemos. “O aleitamento não é moda. É nutrição. É a forma correta de alimentar o bebê. O laço, o carinho e a relação estabelecida entre a mãe e a criança serão lembrados pela vida inteira. A amamentação, o calor do corpo da mãe, a pulsação e tudo o que acontece nesse ínterim é o que fará um homem crescer e ser um cidadão de bem que sirva à sociedade”, conclui.