“Apoie a amamentação. Proteger o futuro é papel de todos”. Com esse slogan e o apoio da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o Ministério da Saúde lançou, nessa terça-feira (4), sua campanha anual de incentivo à amamentação, iniciativa do governo brasileiro, coordenada com a Semana Mundial de Aleitamento Materno 2020 (SMAM). A ação também conta com o suporte da Organização Pan Americana de Saúde (OPAS).
Em vídeo exibido durante o lançamento, a presidente da SBP, dra Luciana Rodrigues Silva, destacou a parceria da entidade com o Ministério da Saúde para o estímulo ao aleitamento materno no Brasil. “É indispensável que nós sejamos os protagonistas do incentivo a amamentação”, afirmou, sobre o papel do médico pediatra. “Vamos levantar essa bandeira em nossa comunidade e junto a todas as instituições, levando a mensagem em defesa da amamentação”.
CAMPANHA - Com veiculação prevista para o período de 4 a 17 de agosto, a campanha brasileira inclui a veiculação de comerciais de TV e rádio, ações nas redes sociais e outras abordagens para estimular o aleitamento materno. Com o mesmo objetivo, a SMAM é celebrada de 1 a 7 de agosto em mais de 170 países. Na solenidade que marcou o início das atividades, o Ministério da Saúde apresentou dados preliminares da última rodada do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI), cujos resultados mostram ter aumentado os índices de amamentação no Brasil.
A pesquisa avaliou 14.505 crianças menores de cinco anos, entre fevereiro de 2019 e março de 2020. Os dados indicam que no período analisado 45,7% das crianças menores de seis meses estavam em aleitamento materno exclusivo, no País. O índice era de 60,6%, entre as crianças com idade inferior a quatro meses.
O estudo revelou ainda que 53,1% das crianças com idade entre 12 e 15 meses estavam em aleitamento materno continuado e que 60,9% das crianças menores de 24 meses foram amamentadas. Os resultados são preliminares, pois o trabalho está em fase final de consolidação.
INDICADORES - Além desse estudo, na solenidade, os técnicos do Ministério da Saúde informaram que atualizarão os indicadores nacionais referentes ao estado nutricional, consumo alimentar e carências nutricionais infantis. Segundo a equipe, a comparação de dados do ENANI com pesquisas nacionais anteriores, com base nos indicadores de amamentação da Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os indicadores brasileiros registraram melhora.
Por exemplo, o último dado de 2006 da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS), em comparação com o Enani, aponta para aumento de 15 vezes na prevalência de aleitamento materno exclusivo entre as crianças menores de 4 meses; e de 8,6 vezes entre crianças menores de 6 meses.
Já na comparação com os últimos 34 anos, houve aumento de quase 13 vezes no índice de amamentação exclusiva em crianças menores de quatro meses e de cerca de 16 vezes entre crianças menores de seis meses. Em relação ao indicador de aleitamento materno continuado, ou seja, até 24 meses da criança, o aumento registrado foi de 22,7 vezes no primeiro ano de vida e de 23,5 em menores de dois anos, em comparação com os dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS) de 1986.
PANDEMIA – Outro ponto abordado na solenidade tem ligação com a pandemia. Assim como a SBP, o Ministério da Saúde também recomenda a manutenção da amamentação durante a crise causada pelo novo coronavírus. Reiterada no lançamento da campanha nacional, a orientação do governo federal considera os benefícios para a saúde da criança e da mulher.
Os técnicos ainda apontam a ausência de constatações científicas significativas sobre a transmissão do coronavírus por meio do leite materno e a inexistência de recomendação para suspender o aleitamento materno na transmissão de outros vírus respiratórios. De acordo com o Ministério da Saúde e a SBP, a amamentação deve ocorrer desde que a mãe deseje e esteja em condições clínicas adequadas para fazê-lo.
No caso das mães que tenham confirmação ou estejam com suspeita de Covid-19, que não puderem ou não quiserem amamentar, a Pasta recomenda que sejam orientadas por profissionais de saúde a realizarem a extração do leite materno manualmente ou por bomba.
O leite materno retirado deve ser ofertado à criança de preferência usando um copo e/ou colher limpos (pela facilidade na limpeza) pela própria mãe, se assim ela desejar e tiver condições clínicas para isso ou por uma pessoa que não tenha sinais ou sintomas de doença e com quem o bebê se sinta confortável.
*Com informações da Agência Saúde.
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