Com apoio da Sopern, livro sobre a transmissão vertical do HIV/Aids é lançado em Natal

Com apoio da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Norte (Sopern) foi lançado em agosto o livro “Hígida: e agora? Por que comigo?”, do infectologista pediátrico dr. Francisco Américo Micussi. A noite de lançamento e de autógrafos ocorreu em Natal, capital do Estado e contou com a presença de aproximadamente 100 convidados.

A obra é uma continuação da obra “HIVINHO: uma História de Vida” e tem como objetivo descrever a realidade de crianças e adolescentes vivendo com HIV. Na segunda história o foco é na personagem Hígida, irmã do Hivinho (personagem principal), e retrata a perspectiva do HIV na gestação e a luta contra a transmissão vertical.

“Por meio dessas duas histórias, trabalhamos ludicamente com os desafios enfrentados por quem convive com o vírus desde tão jovem e demonstramos em quadrinhos os medos, estigmas, preconceitos, mitos que ainda circundam a pessoa vivendo com a doença”, explica o autor.

Segundo o infectologista, as histórias servem tanto para os pacientes quanto para os médicos. “A narrativa foi construída a partir das histórias com que temos contato diariamente e vemos que os pacientes se reconhecem nela. Hivinho é abreviatura de HIV. Já a Tarvinha, que é namorada dele, é a abreviatura de Terapia Antirretroviral (Tarv) e funciona como se fosse um namoro do paciente com seu tratamento. Isso foi feito para nós reforçarmos a adesão de nossos pacientes ao tratamento”, declara.

PROJETO – Os livros são fruto do projeto “Colônia do Hivinho: estágio extracurricular em Pediatria e Infectologia", coordenado pelo dr. Américo Micussi. A ação começou há oito anos e tem como objetivo colaborar com a redução da transmissão vertical do HIV/Aids no País.

Atualmente, o projeto conta com cerca de 200 alunos da graduação de Medicina de todos os períodos e funciona como um estágio extracurricular que concilia o aprendizado da Infectologia com a Pediatria de forma lúdica. Ele visa valorizar as relações entre os acadêmicos e os pacientes e, assim, contribuir para uma formação médica mais humanizada.
 
“No projeto, os alunos fazem acompanhamento de crianças vivendo com HIV/Aids, o pré-natal de mulheres vivendo com a doença e aqueles de baixo risco, por exemplo. Há também algumas atividades nas áreas de neonatologia, urgência e emergência, seja da atenção primária à terciária. Assim, o aluno tem contato com as diversas possibilidades dentro da pediatria e se motiva a fazer uma residência na área”, conclui ele.