Com volta às aulas e UTIs pediátricas cheias, vacinação infantil ainda é lenta no Brasil

Publicada em 8 de fevereiro de 2022.

Falta de doses, receio dos pais, fake news e empenho zero do governo federal em promover campanhas para vacinar os pequenos. Com isso, o ritmo da imunização de crianças no país é lento, muito aquém da capacidade do SUS. Os postos de saúde poderiam receber hoje mais de um milhão de pessoas de 5 a 11 anos, fora a aplicação de doses nos jovens e adultos. Mas em média pouco mais de 120 mil pequenas e pequenos têm tomado a vacina contra o coronavírus por dia no país.

Dr. Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), disse à RFI que frente ao total de mortos parece que a doença não afeta as crianças, mas só parece. “Mesmo que haja um risco menor se comparado com o caso dos idosos, esse agravamento do quadro em crianças por causa da Covid existe sim e é muito grande, inclusive é o maior entre todas as doenças do calendário infantil. Crianças adoecem, precisam de internação, muitas vezes por períodos longos, ficam com sequelas. Ninguém quer ver o filho internado no hospital”, diz. Ele ressalta que o receio de muitos pais, contaminados por informações falsas que têm circulado nas redes sociais e grupos de WhatsApp, não se confirma na realidade.

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