Congresso aborda suco para bebês e veganismo infantil


Ao contrário do que muitas avós vivenciaram e até muitas mães que tiveram filho alguns anos atrás, o famoso “suquinho de fruta” deve ficar de fora da introdução alimentar do bebê pelo menos até o seu primeiro ano de vida. As frutas são itens obrigatórios do cardápio, porém devem ser oferecidas in natura. A orientação é da Academia Americana de Pediatria (AAP) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e foi um dos temas abordados no IV Congres so de Atualização em Pediatria do Centro-Oeste (Capco) pela pediatra e presidente do Departamento Científico de Nutrologia da SBP, dra. Virginia Resende Silva Weffort.

A médica explica que os sucos naturais não oferecem os mesmos benefícios nutricionais que a fruta integral, que estimula a mastigação, fornece vitaminas e garante as fibras necessárias para processar seus açúcares e aumenta a saciedade. “A falta de fibra e proteína nos sucos pode predispor as crianças ao ganho de peso inadequado e aumentar o risco de cáries”, afirma.

De acordo com o Manual de Orientação do Departamento de Nutrologia da SBP sobre o tema, a partir de um ano os sucos podem ser introduzidos na dieta da criança, espremidos direto da fruta e servidos no copo, de preferência após as refeições principais, e não em substituição a estas.

RECOMENDAÇÕES

  • Até 6 meses: Alimentação exclusiva à base de leite materno (a recomendação é que o leite materno seja mantido até os dois anos de vida da criança) ou, quando recomendado pelo pediatra, fórmula infantil;
  • De 6 a 12 meses: papinhas de frutas e vegetais;
  • De 1 a 2 anos: introduzir sucos naturais com limitação de 100ml ao dia;
  • De 2 a 6 anos: consumo de sucos naturais limitado a 150ml por dia;

O manual completo pode ser acessado no link: http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/pdfs/14617a-PDManualNutrologia-Alimentacao.pdf

VEGANISMO E VEGETARIANISMO – Outro assunto que ganhou destaque no Congresso foi dieta vegana e vegetariana para bebês e crianças. “Ser vegano significa não consumir nenhum produto de origem animal ou testado em animais, desde alimentos até roupas, cosméticos, acessórios. É uma filosofia de vida. Já ser vegetariano é excluir de sua dieta princip almente a carne, seja bovina, de frango ou qualquer outro animal. Alguns consomem seus derivados, como ovo e leite, outros não”, explicou a dra. Rafaela Ricco, pediatra especialista em nutrologia.

“É possível uma criança ser vegetariana, porém o acompanhamento de seu crescimento e da sua saúde deve ser mais atento por parte tanto dos pais como do seu pediatra. Crianças alimentadas inapropriadamente, com dietas muito restritivas, apresentam grande risco de deficiência nutricional, o que pode comprometer o crescimento e o desenvolvimento”, alerta.

Dra. Rafaela Ricco destacou ainda que cabe aos pais ter discernimento ao decidir sobre a dieta que será oferecida ao seu filho. “A infância é um período muito importante do ser humano e sua alimentação deve ser a mais rica possível”, afirma.