Com o objetivo de debater as próximas mudanças na matriz de competências na residência em pediatria, a Coordenação de Residência e Estágios em Pediatria se reuniu para traçar um movimento para construção da grade baseada na nova estruturação. A Coordenação, capitaneada pela dra. Ana Zöllner, abordou também as mudanças em relação às Entrustable Professional Activities (EPAs), – unidades de prática profissional que são delegadas a alunos que demonstraram proficiência necessária para executá-las.

Conforme explica a pediatra e 1ª secretária da SBP, esse tipo de unidade já é utilizada e consolidada por outras sociedades de especialidades. “A EPA é estruturada de modo que, à medida que o ensino progride, o residente adquire o conhecimento necessário para progressivamente diminuir a necessidade de supervisão. Ao final do processo, ele estará apto a realizar as atividades de forma autônoma, marcando sua transição para um especialista qualificado”, disse.

“O propósito é definir claramente o conteúdo programático para cada ano da residência médica. Dessa forma, o residente compreende o que aprenderá, o preceptor sabe o que deve ensinar, e ambos entendem o percurso a ser trilhado para que o residente alcance a independência do tutor. Com objetivos bem delineados, fica evidente para ambos se os resultados esperados foram alcançados ao final de cada atividade”, explica a dra. Ana Zöllner.

Ela enfatiza ainda que esse modelo de formação e treinamento baseado em competência surgiu na educação médica por volta dos anos 2000. “Em menos de 10 anos, currículos tradicionais em países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido começaram a ser substituídos pelas EPAs. Essa mudança evidencia a evolução na formação, treinamento e competência dos médicos, que inicialmente possuem pouco ou nenhum conhecimento em uma especialidade e, progressivamente, adquirem qualificação”, conclui.

A abertura da reunião foi realizada pelo presidente da SBP, dr. Clóvis Constantino. Além dele, participaram ainda membros da entidade de diversos estados e que são ativos junto à Comissão Nacional de Residência Médica; e o convidado especial, dr. Gustavo Salata – pesquisador das EPAs no Brasil.