A “COVID-19 em pediatria e as doenças respiratórias” foi o tema de mais uma live promovida pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em parceria com a AstraZeneca, na última segunda-feira (6), com transmissão exclusiva aos associados. A aula contou com a participação dos drs. Herberto Chong – presidente do Departamento Científico (DC) de Alergia da SBP; Marcelo Otsuka – vice-presidente do DC de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP); Gustavo Wandalsen – membro do DC de Alergia da SBP; e Débora Chong – membro do DC de Pneumologia da SBP.
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O dr. Herberto abriu as atividades falando sobre as notas de alerta produzidas pela SBP acerca da COVID-19 e que são de suma importância para o pediatra, tais como. Entre elas estão: Asma, atopia e a COVID-19, do DC de Alergia; COVID-19 em crianças: envolvimento respiratório, do DC de Pneumologia; Cloroquina/Hidroxicloroquina para o tratamento da COVID-19 em crianças e adolescentes: Parecer Científico da Sociedade Brasileira de Pediatria, do DC Infectologia; e Uso de dexametasona no tratamento da COVID-19, dos Departamentos de Alergia, Endocrinologia e Pneumologia.
“Os departamentos da SBP têm trabalhado de forma extenuante e trazido o que há de mais atual sobre essa pandemia e as diferentes doenças alérgicas respiratórias. Esses quatro documentos são importantíssimos, recentes e todo sócio da SBP tem acesso", enfatizou dr Herberto..
COVID-19 – Em sua exposição, o dr. Marcelo Otsuka abordou aspectos importante da doença na pediatria, tais como a fisiopatogenia, transmissão, manifestações clínicas, fatores de risco, orientação para medicamentos de uso contínuo, tipos de tratamento; sobre o diagnóstico laboratorial; números de casos nas faixas etárias pediátricas.
"Na transmissão muito tem se falado que na pediatria a criança, teoricamente, não transmite muito a doença e parece realmente que a transmissão naqueles que são assintomáticos é menos importante, mas isso não significa que não aconteça. Sabemos que a criança transmite sim e esse é um problema série porque, muitas vezes, a manifestação clínica nas crianças é assintomática, ou seja, assintomático, mas estão transmitindo a doença", explica.
ASMA - O dr. Gustavo Wandalsen, por sua vez, explanou sobre a questão da asma e da COVID-19. Em estudos chineses, a asma e a alergia não foram identificadas como fator de risco significativo para quadros mais graves da COVID-19. Uma das explicações que tem sido propostas tem a ver com o receptor ACE2, que é o receptor celular do vírus, e alguns estudos mostraram que alguns subgrupos de pessoas expressam menos esse receptor, tais como: pacientes com asma alérgica; com biomarcadores tipo 2, que são os marcadores associado à alergia, asma, dermatite atópica, rinite; pessoas sensibilizadas após exposição alergênica.
Outro ponto abordado pelo especialista foi a questão do controle da doença nesse período de pandemia. "O tratamento da asma foi bastante modificação em virtude da pandemia. Por um lado, as crianças não estão indo à escola e, por isso, a exposição que elas estão tendo a outros vírus respiratórios é bem menor. Então, esse é a mais provável explicação do motivo que está tendo uma diminuição muito grande de procura por prontos-socorros de pediatria por exacerbação de sibilância de asma. Além disso, as crianças e adolescentes estão fazendo menos atividades ao ar e livre e sendo menos expostos à poluição ambiental. Por esses dois fatores, há uma tendência para as crianças estarem apresentando um controle melhor da doença", explicou.
Ao mesmo tempo, essa falta de atividades físicas é ruim porque é um fator importante no controle da doença, e o fato de estarem em casa todo o tempo faz com que elas estejam expostas a alérgenos de dentro do domicílio, como ácaros, pelos de animais. Já em relação ao manejo da asma durante a pandemia, as recomendações são para não diminuir a medicação de controle, avaliar o risco de COVID-19 nas exacerbações (principalmente nas moderadas e graves), haver o adiantamento de consultas presenciais de rotina e avaliar a possibilidade de aplicação domiciliar de biológicos.
SINTOMAS – Já a dra. Débora Chong falou um sobre a questão de outras doenças respiratórias nesse período de pandemia e diminuição da quantidade de casos atendidos nas consultas em virtude da quarentena e consequente diminuição de contato da criança com esses outros vírus. Além disso, abordou de forma enfática sobre os sintomas inespecíficos (tosse, febre, coriza e obstrução nasal, dor de garganta, mialgia e prostração, diarreia, falta de ar/cansaço) da COVID-19 e como o pediatra pode diferenciar as doenças.
Há ainda a questão que todos os outros vírus podem apresentar Síndromes Respiratórias Agudas, tais como a crupe viral, a bronquiolite, o rinovírus, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), a influenza, entre outros. Dra. Débora abordou, em especial, a questão da gripe, a crupe viral e a bronquiolite viral aguda.
A pneumologista reforçou a importância de sistematizar o atendimento para saber qual caso é provável, pouco provável ou confirmado de COVID-19. “Vamos lançar utilizar tudo o que já sabemos sobre a doença, do que já foi observado tanto no Brasil quanto em outros países. Essa é a única maneira que a gente tem porque não é só um sinal que vai nos ajudar nisso. É importante estar sempre paramentado e no local adequado, categorizar como caso suspeito, avaliar clinicamente e fazer a classificação de risco, testar sempre que possível e, depois, partir para a abordagem terapêutica”, diz.
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