Os relatos de que pessoas com Diabetes Mellitus (DM) fazem parte do grupo de risco para a COVID-19 motivaram o Departamento Científico de Endocrinologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) a elaborar nota de orientação aos pais, responsáveis e pediatras com base nas mais recentes evidências científicas sobre o tema. A publicação ressalta que, até o momento, o relatório atualizado da International Society for Pediatric and Adolescent Diabetes (ISPAD) – divulgado em 25 de março – descreve o mesmo padrão de acometimento da COVID-19 em crianças e adolescentes com ou sem DM, não havendo indícios de maior perigo.

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O texto informa, no entanto, que no caso dos adultos há risco aumentado de desenvolver as formas mais graves da doença, principalmente em episódios de longa duração da DM, onde são comuns complicações micro e macrovasculares, doenças pulmonares e mau controle metabólico.

RECOMENDAÇÕES – Para tranquilizar crianças e adolescentes os especialistas da SBP sugerem que os pais conversem com seus filhos, explicando que eles não integram o grupo com mais possibilidade de desenvolver complicações e dando espaço para que expressem suas dúvidas e medos. Além disso, é estritamente necessário que a rotina de cuidados seja mantida, com seguimento exemplar do plano alimentar, dos esquemas de aplicação de insulina e da prática de atividades físicas (mesmo dentro de casa).

Durante esse período da pandemia, consultas eletivas não são recomendadas para minimizar a possibilidade de contaminação dos pacientes saudáveis, uma vez que em consultórios e hospitais transitam diversas pessoas potencialmente contaminadas. Caso haja alguma dúvida, o mais indicado é contatar a equipe médica da criança ou adolescente por telefone, mensagem de texto ou e-mail.

ATENDIMENTO PRESENCIAL – De acordo com a publicação, se a criança ou o adolescente apresentar febre associada à tosse e dificuldade para respirar, os responsáveis devem procurar uma unidade médica devido à possibilidade de infecção pela COVID-19. Também é indicado buscar auxílio caso o paciente apresente algum sintoma de descontrole da DM, sendo eles: vômito persistente; perda de peso; hálito de acetona ou maçã na respiração; cansaço, respiração rápida e profunda; e dor abdominal persistente.

Os pacientes com confirmação de COVID-19 poderão sofrer piora do controle glicêmico, como em qualquer outra infecção. Por isso, é importante comunicar o diagnóstico ao endocrinologista e manter contato para acompanhar eventuais hipoglicemias ou hiperglicemias ou ainda sintomas sugestivos de cetoacidose. Não deixar de administrar as insulinas como orientado, testar a glicemia capilar com mais frequência e aumentar a ingestão de líquidos são as demais condutas primordiais no manejo desses pacientes.

Confira todas as orientações da SBP sobre a COVID-19 em www.sbp.com.br/especiais/covid-19/