COVID-19: SBP publica documento em conjunto com outras instituições sobre Erros Inatos da Imunidade

O Departamento Científico de Imunologia Clínica da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou nesta quinta-feira (2) nova nota de alerta "A COVID-19 em pacientes pediátricos com Erros Inatos da Imunidade (EII) - Posicionamento conjunto".  O documento foi produzido em parceria com o Grupo Brasileiro de Imunodeficiências (BRAGID), o Jeffrey Modell Foudation Brasil e o Departamento Científico de Imunodeficiências da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).

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Os Erros Inatos da Imunidade são representados por mais de 400 doenças, diferentes entre si, com acometimentos em diferentes intensidades de diversos setores do sistema imunológico. De maneira geral, os pacientes com diagnóstico de alguma imunodeficiência primária apresentam o mesmo risco que todos as pessoas para se infectar pelo novo coronavírus. No entanto, destacam os especialistas, apresentam riscos diferentes para ter a doença respiratória grave, a depender do tipo de defeito do sistema imunológico.

Conforme explica o documento, até o momento não há estudos ou relatos na literatura científica sobre o acometimento das doenças em pacientes com EII.  Pegando como base o tipo de defeito no sistema imunológico, o documento divide os Erros em três grupos de risco: extremamente vulneráveis, moderadamente vulneráveis e de baixo risco. "Pacientes com angioedema hereditário são considerados imunocompetentes e não apresentam risco maior do que o da população geral", ressalta o texto.

Segundo a nota, os pacientes com imunodeficiência combinada grave são os de maior risco, tanto antes, como após transplante. Já aqueles com risco moderado são, principalmente, imunodeficiência comum variável, agamaglobulinemia congênita e doença granulomatosa crônica. Por sua vez, os de risco moderado ou baixo devem ser submetidos às mesmas recomendações que a população em geral.

"Entretanto, vale ressaltar que os pacientes que apresentam defeitos na produção de anticorpos, os EII mais comuns, a princípio, não têm risco maior de infecção pelo coronavírus, mas apresentam maior risco de evoluir com uma complicação bacteriana após a infecção viral, tal como pode ocorrer com muitas outras infecções virai", explica o texto.

RECOMENDAÇÕES - O documento traz ainda algumas medidas importantes para pacientes com EII. Entre elas, manter o isolamento social, particularmente pelos pacientes com doenças de maior risco de COVID-19 grave e estendido a todos os indivíduos que moram na mesma casa ou cuidam deles; não suspender qualquer tratamento sem conversar com o médico; não usar qualquer medicamento novo sem conversar com o médico; manter as medidas de higiene que estão sendo amplamente divulgadas na mídia e por pelos especialistas, com especial atenção à lavagem frequente das mãos.

Além disso, reforça que a aplicação de imunoglobulina não deve ser suspensa, mas mudanças no intervalo de aplicação e uso domiciliar devem ser considerados; deve ser feita a Indicação da vacina anti-influenza, mesmo que não haja garantias de resposta de anticorpos; e só procurar serviços de emergência em caso de febre alta e dificuldade respiratória, que são os sinais mais importantes de que possa estar se desenvolvendo um quadro respiratório de maior gravidade.

Confira todas as orientações da SBP sobre a COVID-19 em https://www.sbp.com.br/especiais/covid-19/ 

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