“O papel das políticas públicas voltadas para o equilíbrio ambiental na promoção do bem-estar coletivo” foi o tema que abriu o VI Fórum da Academia Brasileira de Pediatria(ABP), em outubro, em Goiânia. “Um debate vigoroso, que demonstrou a grande necessidade de reflexão sobre o assunto”, disse o presidente do evento, dr. Júlio Dickstein. Um programa de “grande sucesso”, definiu o dr. Edward Tonelli, presidente da ABP, referindo-se à “ecopediatria” – termo já utilizado pelo acadêmico Eduardo Marcondes, como bem lembrou o dr. Reinaldo Martins.Veja, a seguir, alguns trechos da conferência do jornalista Washington Novaes, ex-secretário de Meio Ambiente do Distrito Federal, cuja íntegra pode ser assistida aqui.
“Creio que podemos abordar esse tema de dois ângulos: primeiro, como cidadãos, como vamos nos posicionar diante das graves questões que estão colocadas para o mundo hoje. Segundo, como se refletem, especificamente no campo da medicina e da pediatria. Na verdade, não se trata mais de proteger, de cuidar do meio ambiente. A questão é bastante mais difícil. O Kofi Annam, que durante mais de uma década foi o secretário-geral da ONU, cansou de dizer que o nosso problema central atualmente não está no terrorismo, como pode parecer, mas nas mudanças climáticas e nos padrões insustentáveis de produção e de consumo, já além da capacidade de reposição do Planeta (…).
O relatório global sobre o clima divulgado no início de 2007 aponta que a temperatura da Terra já aumentou oito graus. É como um processo de febre. Se não for contido, terá graves conseqüências. O Planeta também é um organismo vivo (…).
O Brasil é o 4o, dentre os maiores emissores de gases poluentes. Em 1994, emitíamos mais de um bilhão de toneladas de dióxido de carbono e mais de 13 toneladas de metano. Três quartos são causadas por queimadas e desmatamentos e não por queima de combustíveis. Para tentar enfrentar este quadro, foi aprovada na ECO 92 a redução de 5,2% do conjunto da emissão de gases poluentes entre os países mais emissores. Em 1997, os EUA, a Austrália e outros se recusaram a assinar o Protocolo de Kioto. Estes países mais desenvolvidos emitem mais de 50% dos poluentes, com 20% da população mundial. Em média, um habitante dos países ricos tem um consumo igual a 11 vezes o de um habitante de uma nação pobre (…).
O Governo britânico apresentou relatório que aponta como conseqüência possível dos problemas climáticos uma grande recessão mundial, semelhante à do início da década de 1930. O texto cita implicações econômicas do aquecimento global, por exemplo, na produção do café brasileiro. Seria importante alguma regulação no âmbito global. Porém, não temos nem regras, nem instituições suficientes. Mesmo as assembléias da ONU precisam de consenso e os interesses de uma pequena nação na Polinésia, que está correndo o risco de desaparecer com a elevação do nível do mar, e os de um país produtor de petróleo, são diametralmente opostos (…).
Padrões de produção e consumo
Consumimos um total de recursos naturais 25% maior que a capacidade de reposição da biosfera. Entre 1961 e 2003, perdemos 31% das espécies terrestres, 23 % das marinhas, 28 % da água doce, 55 % das espécies tropicais e, em 20 anos, 1/3 da água dos manguezais, que são o berçário da vida no mar. Os principais fatores são a agricultura e a pesca predatórias, a poluição, a destruição dos habitats e dos sistemas pluviais.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) adverte que os países desenvolvidos, com 20% da população, concentram cerca de 80% do consumo e da renda no mundo. As três pessoas mais ricas têm ativos brutos superiores ao PIB dos 48 países mais pobres, equivalente a 600 milhões de pessoas. Isso quando temos 800 milhões de pessoas passando fome (…).
Não é exagero dizer que estamos vivendo uma crise dos padrões civilizatórios. Nossos modos de viver não são adequados ao Planeta, não são compatíveis com suas possibilidades. Muitos relatórios dizem: ‘se todas as pessoas vivessem como norte-americanos, europeus ou japoneses, precisaríamos de mais dois ou três planetas como a Terra para suprir os recursos e serviços naturais. Com a crise, a situação se agrava mais (…).
Teremos que mudar os nossos modos de viver. Precisamos mudar as matrizes energéticas, os padrões de consumo, de construção, de transporte, tratar a questão dos resíduos e dar prioridade a esses fatores, que são chamados de ambientais mas que, na verdade, estão no centro de todas as políticas e de todas estratégicas (…).
O Brasil é um país relativamente privilegiado nessa matéria, porque temos um território continental, cerca de 1/3 da biodiversidade do mundo, 12% das águas superficiais do Planeta (…) A sociedade precisa exigir que a comunicação no Brasil mude, trate adequadamente de todas essas questões (…). Cada pessoa vai ter que mudar os seus hábitos, tomar consciência de que é também meio ambiente. É preciso mudar a educação, para que esses temas sejam prioridades absolutas. Vamos ter que educar as novas gerações para um mundo bastante diferente (…).
Pediatria, água e ar
Quando fui secretário de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia do Distrito Federal, em 1992, pedi uma pesquisa do Sistema de Saúde pública, que concluiu que 70% das internações na área pediátrica e 80% das consultas se deviam a doenças veiculadas pela água. Certamente esse quadro não mudou. Provavelmente, até se agravou. A situação em matéria de saneamento básico no Brasil é dramática. Temos quase 60% da população vivendo em casas que não são ligadas a redes de esgotos (…). Dos esgotos que são coletados nesses 40 %, quase 80% são devolvidos aos rios, aos córregos sem nenhum tratamento, com uma quantidade enorme de matéria orgânica, em torno de 200 gramas por dia por pessoa. Essa é a principal causa da degradação, da poluição das bacias hidrográficas do Brasil.
Sobre o dióxido de carbono que está no ar respirado, em São Paulo 23% dos veículos – cerca de dois milhões – tem níveis de emissão acima do máximo permitido. Esta poluição aliada à queda da umidade do ar nas estiagens é responsável pelo aumento das internações e das doenças, principalmente de crianças. (…)
Biodiversidade, medicina e educação
O que representa para a medicina a perda de espécies da biodiversidade, quando a maior parte – cerca de 70% – dos medicamentos que se criam vem daí? Estamos perdendo esta riqueza antes mesmo de conhecê-la, pois só conhecemos uma parte ínfima.
Sabemos que a presença de vegetação é responsável pela elevação da umidade do ar (…) A perda desta vegetação tem também um significado importante na formação das crianças, que não têm mais o quintal, vivem trancados em gavetas enfumaçadas, com medo e ódio de tudo. Como tudo isso repercute no corpo humano não é necessário dizer. (…)
Há também os vetores de doenças que se deslocam dos seus habitats primitivos para as cidades. A conseqüência é leishmaniose, raiva, dengue, malária… (…)
Tudo o que está no nosso corpo veio de um ambiente que nos cerca e este ambiente veio de outro. A própria Terra se deve a um fracionamento em algum momento. Nossas moléculas vêm de outros locais. Somos, por isso, uma memória cósmica, uma lembrança. Precisamos ser dignos e ensinar respeito às novas gerações “.
Sociedade faz diagnóstico e planeja mais iniciativas
Cientes da importância do meio ambiente sobre a saúde dos pacientes, os pediatras estão empenhados em se informar melhor. Pensando nisso, a SBP fez uma pesquisa e planeja novas ações, entre as quais está a edição de um manual, em 2008, em parceria com a Sociedade Argentina de Pediatria. A coordenação do trabalho está a cargo da dra. Eliane Cesário.
Dra. Eliane tem representado a Sociedade em eventos voltados para os problemas ambientais e planeja uma atuação conjunta com as 27 filiadas. O primeiro passo foi promover um levantamento sobre o nível de informação atual dos associados e seu interesse sobre o assunto: “levamos um questionário ao Curso Nestlé de Florianópolis. Cerca de 500 colegas responderam às 33 perguntas com muito interesse, empenhados em completar os campos discursivos, explicitar detalhes”, disse. O resultado apontou que a maioria carece de material científico regular, mas não apenas tem consciência sobre a relevância do tema, como quase 40% já o incluem “sempre” e 54,3% “às vezes” na anamnese. Além disso, 61% dedicam parte da consulta a fornecer informações aos pais e/ou responsáveis sobre a importância do meio ambiente na formação global do paciente e os que não o fazem alegam “tempo de consulta insuficiente”(61%) e “pouco domínio do assunto” (49%).
Significativo também que, para 92,7% dos entrevistados, abordar a pediatria ambiental com a própria criança e/ou adolescente “seria eficaz” a ponto de promover mudança de hábitos. A quase totalidade, 99,7%, acredita que “as escolas devem discutir” o tema com seus alunos. Sobre as faculdades de medicina e residências em pediatria, 81,3% declararam que o assunto não tem sido valorizado. A pesquisa abordou também a experiência clínica de cada um com os problemas de saúde que acreditam estar associados a fatores ambientais, os locais que representam riscos, bem como as ações que consideram relevantes para a proteção dos pacientes, e que poderiam ser implementadas através das sociedades de pediatria. Atividades de “educação em saúde”,com inclusão da temática em currículo escolar e capacitação profissional, estão entre as sugestões mais mencionadas.
O levantamento contou com a colaboração da dra. Denise Carvalho, chefe do Departamento de Saúde Comunitária da Universidade Federal do Paraná que, segundo a coordenadora, “está muito envolvida com o assunto”. “Vamos cruzar os dados para obter mais detalhes também sobre as especificidades regionais”, adianta a dra. Eliane, informando ainda que participaram da investigação pediatras de todo o País, em sua maioria do sexo feminino (67, 2%), com idade entre 50 e 59 anos (39%) ou entre 40 e 49 (30%). Do total, 68,6% declararam não ter certificado de área de atuação, possuir o TEP (70%), realizar atividade ambulatorial (81%), hospitalar (61%), atender todas as faixas etárias pediátricas (40%) ou apenas crianças com idade entre um e cinco anos (38%). Também informaram ser associados da SBP (72,2%).
Planejamento e ação para uma grande entidade
Licença-maternidade de seis meses e indicação de pediatra para o Ministério da Saúde demonstram a dimensão atual da SBP e levam a instituição a pensar, cada vez mais, a longo prazo
“A SBP tem evoluído rapidamente, o que requer transformações estruturais capazes de ajustá-la ao ritmo das expansões que vem fazendo em todos os setores de sua atuação. Chegou ao ponto de propor e liderar, juntamente com a senadora Patrícia Saboya, uma grande mobilização da sociedade civil, que culminou com a recente aprovação no Senado, por unanimidade, de um projeto de lei tão importante como o da licença-maternidade de seis meses. Uma instituição que, além disso, consegue indicar a coordenadora da saúde da criança e do aleitamento materno do Ministério da Saúde, tem que ser cada dia mais consciente do significado de suas realizações. Atingimos uma dimensão institucional que nos leva a rever inclusive os nossos eventos, a forma de fazê-los, os apoios, os patrocínios, para que a entidade não fique dependente de improvisações para realizar suas atividades”, disse o dr. Dioclécio Campos Júnior noworkshop que reuniu, em outubro, no Rio de Janeiro, diretoria e representantes das filiadas e dos Departamentos Científicos.
Antes e também em outubro, em Goiânia, o Conselho Superior (CS) aprovou a política que vai nortear o mandato da atual direção. “Foram encontros muito produtivos, com um debate qualificado e grande participação, tanto dos novos representantes das filiadas, quanto dos DCs”, destacou o presidente.
Decisões
A organização da Sociedade por regionais e a autonomia financeira, propostas pela executiva e anunciadas no SBP Notícias 49, foram aprovadas pelo CS, que também resolveu apoiar a campanha do Ministério da Saúde contra o uso de álcool na adolescência. Para dar o exemplo, as bebidas alcoólicas serão abolidas dos jantares e coquetéis da entidade.
Além disso, os conselheiros elogiaram muito o orçamento para o próximo ano, apresentado “brilhantemente” pela tesoureira, dra. Marilene Crispino, empolga-se o presidente. “Antes de ser votada, a proposta já foi aplaudida”, frisou. A responsável, explica a razão de tanto apoio: “acredito que é a seriedade de todo o processo, que é um retrato instantâneo do que vinha caminhando ao longo do tempo. Não me surpreendi”, disse. Sobre a clareza e a facilidade de compreensão, respondeu: “tive essa preocupação, quis mostrar os números da forma como os entendo, é um orçamento de médico para médico”.
Respondendo também sobre qual é exatamente a situação hoje, dra. Marilene é direta: “a entidade tem saúde financeira, está fortalecida e consegue levar à prática seus inúmeros projetos. O debate sobre a auto-sustentabilidade é uma preocupação com a Sociedade de amanhã. O objetivo é que a entidade seja sempre cada vez mais respeitada, esteja mais confortável financeiramente, de forma inclusive a favorecer as negociações que venham a ocorrer com possíveis patrocinadores e parceiros. Trabalhar com prevenção é uma coisa bem de pediatra”, lembrou.
Vocação
Finalizando a reunião do Conselho, dr. Dioclécio conclamou os colegas a se mobilizarem em defesa da pediatria. Lembrou que todas as lideranças ali fazem parte de gerações que escolheram a profissão por idealismo, vocação. “Assim como as demais especialidades médicas, nossa luta por melhor remuneração é antiga. Sabemos que a intervenção com os procedimentos tecnológicos, do interesse da indústria, ainda é a mais valorizada, e não a medicina baseada em evidências. Mas temos consciência também que as mães querem prevenção, puericultura, atendimento de qualidade, e que a pediatria continuará existindo. Cordialidade, compromisso, dedicação, sensibilidade social, solidariedade, fraternidade, são virtudes que definem o pediatra e que não estão ausentes da sociedade brasileira”, disse, defendendo que, com a participação ativa de todos, vem aí uma nova pediatria para as gerações futuras.
Estréia o Coral da Pediatria
Estreou com sucesso o Coral da Pediatria Brasileira, reunindo familiares das crianças, médicos e amigos, em outubro, no Memorial da Pediatria Brasileira, no Rio de Janeiro. Introduzindo a música “Mamãe eu quero” (de Jararaca e V. Paiva), o acadêmico José Dias Rego, também mestre de cerimônia, lembrou a aprovação da licença-maternidade de seis meses no Senado, “uma grande alegria”, vitória da SBP e da “força da senadora Patrícia Saboya”, acrescentando que “em breve será uma lei nacional”. Como a letra fala em chupeta e mamadeira, e “ambos podem atrapalhar a amamentação”, essas palavras foram substituídas por ‘hum-hum’ e ‘sinais com os dedos na boca’”, como anunciou.
Iniciativa da Academia Brasileira de Pediatria (ABP), o Coral é integrado 30 por alunos de escolas públicas e particulares, com idades entre sete e 13 anos. A regência é da maestrina Alice Ramos Sena e foram apresentadas músicas do folclore brasileiro, de compositores populares e eruditos, como a “Ave Maria” de Gounod, também em conjunto com o Coral Tijucanto, de adultos. O espetáculo contou também com a participação dos solistas Isabela Benevenuto de Oliveira, na flauta e Pedro Gabriel Faria, no teclado, ambos do Colégio de Aplicação da UFRJ. Nathália Lima, de nove anos, cantou “Minha Flor”, de autoria da maestrina. Coreografias variadas e a entrega de flores aos pais, à maestrina e demais homenageados, entre os quais a funcionária da ABP, Ednalva Machado, também emocionaram o público, que lotou o auditório, aplaudindo de pé as crianças.
Os acadêmicos Edward Tonelli (presidente da ABP), Reinaldo Martins, Julio Dickstein e Jairo Valle também estiveram presentes na primeira audição do Coral, viabilizado pelo patrocínio da Nestlé Nutrition, negociado pela presidência da SBP. Entre os pediatras, compareceram as dras. Marilene Crispino e Rachel Niskier, da diretoria da Sociedade e o dr. Mario Marques. A apresentação terminou com todos cantando, crianças e adultos, músicos e platéia, numa grande confraternização, símbolo de “integração com a comunidade”, como observou o dr. Tonelli.
Redefinindo a identidade dos eventos da SBP
Amadurecendo decisões a ampliando discussões do Conselho Superior, o workshop do Rio de Janeiro mostrou um grande consenso em torno das novas diretrizes. O “Brasileirão” foi reforçado como o grande evento para o pediatra, com foco na doutrina. Os especialistas (das sub-áreas) levarão aos cursos pré-congressos a atualização mais adequada à prática do generalista, e vão se responsabilizar por oferecer cursos itinerantes. A seguir, a entrevista com o dr. dr. Ercio Amaro Filho, diretor de Cursos, Eventos e Promoções.
Dr. Ercio, qual é a proposta?
De um lado, é que os congressos da SBP tenham mais identidade. De outro, é facilitar a vida do pediatra, que não tem tempo, nem dinheiro para ir a dezenas de eventos por ano, mas precisa se atualizar.
Pode explicar isso?
Vamos focar os eventos das áreas de atuação pediátricas no especialista, fomentar pesquisas, e concentrar os voltados para a pediatria (geral, a pediatria em si), de maneira que o profissional possa realmente participar. Hoje temos o “Brasileirão” (de três em três anos), os Nacionais por região e o “Integradão”. É, na verdade, um congresso geral por ano. Podemos fazer um Congresso Brasileiro maior, mais robusto, com mais freqüência.
O que tem ocorrido com os Nacionais por região?
Acabam dificultando a realização dos congressos das filiadas, que ficam inibidas na promoção dos seus eventos estaduais. Nos nacionais, o professor da localidade não tem muita chance de mostrar sua experiência. Claro que os nomes dos grandes centros podem ser convidados. Mas uma coisa é um estado levar o convidado de outro. Outra é a SBP enviar todos seus professores, deixando pouco espaço para os pediatras da região. Precisamos oferecer mais oportunidade aos profissionais qualificados de cada local. É preciso haver renovação, fomentar a formação de novos talentos.
E os congressos de subespecialidade?
Os especialistas estavam desmotivados. É claro que o pediatra generalista precisa ter conhecimento das subespecialidades. Mas precisamos levá-lo em outras instâncias. Estamos organizando cursos itinerantes para isso. Os congressos de áreas ocorrerão a cada dois anos, desenhados para o especialista e em regiões onde o número de participantes provável seja significativo, permitindo o menor deslocamento possível dos palestrantes.
E quanto aos cursos itinerantes?
A idéia é um programa para pediatras (“generalistas”). O curso vai circular pelo País, pelas filiadas que se interessarem e não necessariamente com os mesmos professores. Temos talentos espalhados pelo Brasil. Funcionará como na Reanimação Neonatal. Se na região não tem os profissionais adequados, o Departamento envia. Cada DC será convocado a organizar um curso de atualização para o pediatra, com conteúdo e metodologia pré-definidos, de forma a ser transmitido em datas diferentes, em estados diferentes e professores distintos.
Será como nos Cursos Itinerantes de Reciclagem em Pediatria, os CIRAPs?
É mais ou menos a mesma idéia, mas queremos aperfeiçoar a estrutura e definir patrocínios específicos. Também planejamos fazer mais cursos pré-congresso, com maior duração. Assim, o pediatra das cidades distantes dos grandes centros poderá ir, gastando uma passagem só e fazendo vários cursos.
São estas então as idéias para o ensino de subespecialidades ao pediatra?
Sim, são três modalidades, com alternância dos DCs. Serão preparados cursos pré- “Brasileirão” e pré-congresso de subespecialidade. Temos que aprender com as experiências.
Quais os problemas identificados no geral?
Existe toda uma conjuntura de sustentação financeira dos congressos que mudou drasticamente nos últimos três ou quatro anos. Há muitas sociedades de especialidades fazendo inúmeros eventos, com o mesmo público patrocinador. Temos que racionalizar nossas atividades, para que tenham sustentação econômica, sem que se comprometa a qualidade da informação e as oportunidades de levar informação para o pediatra. Tudo precisa ser equacionado. Estamos buscando racionalizar a relação custo/benefício, para continuar provendo conhecimento em uma intensidade adequada.
Que tipo de programa estão planejando?
Os cursos serão de um Departamento para o pediatra. Como vou saber se meu paciente está se desenvolvendo de uma forma adequada? Como vou tratar uma infecção urinária? São coisas que interessam ao pediatra.
Como ficou o Congresso Brasileiro de Pediatria?
Voltará a ser realizado a cada dois anos, em sistema de rodízio entre as regiões e estados, observando-se, naturalmente, a capacidade logística para sediar o evento. Deve ter um conteúdo programático seqüencial, com um congresso levando em consideração o que foi abordado no anterior. Teremos assim um programa de educação continuada, que permitirá ampla e sistemática revisão dos temas pediátricos, com profundidade. O “Brasileirão” passa a incorporar o Integrado e o Congresso Nacional, mantendo-se a denominação e a numeração dos três. Pelo menos 60% dos assuntos a serem abordados no Brasileiro de Pediatria serão das áreas de Pediatria Ambulatorial, Saúde Mental, Adolescência, Cuidado Primários, Segurança, Ética e Defesa profissional. Os 40% restantes serão distribuídos entre as outras áreas, com abordagem transversalizada.
E o Congresso de Adolescência?
Continua existindo, voltado para os especialistas. Embora a área faça parte da doutrina pediátrica, será considerada, para efeitos de congressos, como subespecialidade.
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