Crianças passam, pelo menos, 50% do tempo nas telas durante quarentena, sugere estudo

Publicado em 29 de abril de 2020 - por Luiza César com Vanessa Lima, do Home Office


Com as escolas fechadas e os pais de home office, as famílias vivem um momento atípico devido à pandemia de coronavírus. Neste cenário, com frequência, os adultos cedem e apelam para soluções fáceis, como flexibilizar o uso de telas. Em muitas casas, o que antes era uma restrição acabou virando um jeito simples de deixar os pequenos entretidos e silenciosos, para não atrapalhar as tarefas e reuniões dos adultos.

Um estudo realizado por uma companhia de tecnologia infantil, SuperAwesome, concluiu que crianças de 6 a 12 anos, nos EUA, estão passando ao menos 50% do seu tempo mexendo em telas diariamente durante a quarentena do novo vírus.

(...) O debate sobre o uso dos aparelhos eletrônicos pelas crianças sempre esteve presente entre pais, educadores e profissionais da saúde. Segundo a pediatra Flávia Nassif, do pronto-socorro e da enfermaria do Hospital Sírio Libanês, a utilização pode ser um bloqueio no desenvolvimento dos pequenos. Quando usados de forma excessiva, os dispositivos podem: afetar o sono, por causa da luminosidade que interfere na produção da melatonina; atrapalhar na alimentação adequada; prejudicar a audição, provocar dor nas costas e no ombro - pela permanência em uma mesma posição durante muito tempo; e gerar distúrbios visuais. Além de diminuir a socialização e aumentar a obesidade e o sedentarismo, pois as atividades físicas ficam em segundo plano.

A neuropediatra e presidente do Departamento Científico de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) Liubiana Arantes de Araújo reforça que diversas instituições de saúde, como a própria SBP, divulgam uma recomendação por faixa etária. Crianças de até 2 anos, a criança não deve ser exposta a nenhum aparelho, a não ser para chamadas de vídeos com os familiares, por exemplo. 

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