Curso online e atualização de manual estão entre as metas para 2020 do Programa de Reanimação Neonatal da SBP

 Para celebrar seus 25 anos de excelência, o Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria (PRN-SBP) anuncia como meta para 2020 a realização de um curso online de atualização teórica, com a realização de pré-testes e pós-testes. Após a conclusão dessa etapa, os aprovados farão, de forma presencial, a parte prática do treinamento.

“Essa parte teórica online instruirá o aluno para a parte prática presencial, permitindo que ele chegue a esta etapa mais bem preparado”, explicam as coordenadoras do PRN-SBP, dras. Maria Fernanda Branco de Almeida e Ruth Guinsburg.

Elas contam ainda que outra meta para o próximo ano é a atualização do Manual para Parteiras Tradicionais, que visa atingir as pessoas que atuam nas regiões mais longínquas do Brasil. “Elas conseguem salvar vidas em locais onde não há médicos, contribuindo para a queda da mortalidade neonatal no Brasil”, complementam as coordenadoras do PRN-SBP.

EXPANSÃO – Nesses 25 anos de existência, o PRN-SBP teve a sua expansão a partir de maio de 2016, sob a presidência da dra. Luciana Rodrigues Silva, ao alcançar a marca de 125 mil profissionais certificados, 1100 pediatras instrutores que atuam em cerca de 250 municípios brasileiros.

“Houve consolidação e atualização dos cinco cursos do programa, além do lançamento do Manual de Cuidados Pós-Reanimação Neonatal. É importante destacar que, em 2016, o PRN passou a construir diretrizes brasileiras para a reanimação neonatal a partir de um consenso nacional de 70 pediatras, membros do Grupo Executivo e coordenadores estaduais e adjuntos do Programa nas filiadas da SBP”, explicam as dras. Maria Fernanda e Ruth.

Os três cursos do Programa – Reanimação Neonatal, Reanimação do Prematuro na Sala de Parto e de Transporte do Recém-Nascido de Alto Risco – têm como principal objetivo a melhoria da assistência ao recém-nascido e, por consequência, a diminuição das taxas de mortalidade associadas à asfixia perinatal. Em geral, os cursos possuem carga horária de oito horas, divididas em aulas teóricas e práticas, sendo que cada modalidade possui uma divisão específica.

DESEMPENHO – Os números alcançados pelo PRN impressionam. Em 25 anos, foram mais de 125 mil profissionais aprovados e incontáveis vida beneficiadas. Até outubro de 2019, o PRN conta com 1.173 instrutores em 236 municípios. Os cinco cursos com diretrizes atualizadas. Entre maio de 2016 e novembro de 2019, foram realizados 4.544 cursos (média de 3,5 cursos por dia), com 41.891 profissionais aprovados.

Já o Curso de Reanimação do Prematuro aprovou, entre maio de 2016 e outubro de 2019, 4.775 alunos. O Curso de Transporte do Recém-nascido de Alto Risco, de fevereiro de 2018 a novembro de 2019, certificou 1.934 profissionais e conta com 315 instrutores. Desde 2011, já são 6.137 aprovados. Entre 2010 e 2019, o curso de parteiras tradicionais possui 81 instrutores e já capacitou 825 pessoas que atuam no interior das regiões Norte e Nordeste e ainda no Norte de Minas Gerais.

O site do Programa teve, entre outubro de 2018 e setembro de 2019, 197.327 visualizações, ou seja, uma média de 550 visualizações diárias. Na página é possível acessar os manuais e o cartaz com as diretrizes atualizadas e o conteúdo programático de cada um deles.

ACESSE AQUI OS MANUAIS E CARTAZ DO PRN.

“Todo esse sucesso do PRN só possível foi graças ao apoio incondicional da diretoria-executiva da SBP, do trabalho incansável dos coordenadores estaduais e o apoio dos presidentes das 27 filiadas da instituição. Todos são fundamentais para o crescimento da Reanimação Neonatal”, destaca dras. Maria Fernanda e Ruth.

MISSÕES INTERNACIONAIS – A Medicina brasileira, por meio da SBP, também faz escola ao redor do mundo. Em julho de 2016, um grupo liderado pela então presidente da Sociedade Mineira de Pediatria (SMP), dra. Maria do Carmo Barros de Melo, desembarcou em Maputo, Moçambique, para uma Missão Diplomática: treinar aproximadamente 80 médicos no Programa de Reanimação Neonatal da SBP.

Essa aproximação entre Brasil e Moçambique, no campo da Pediatria, começou quando, em 2012, a médica moçambicana Nilza Mussagy se especializou em pediatria e terapia intensiva em Belo Horizonte (MG), tornando-se instrutora do PRN. Na ocasião, Marcela Damásio Ribeiro de Castro (membro do Grupo Executivo do PRN da SBP e responsável pelas Relações Internacionais na América Latina e Países de Língua Portuguesa), propôs a ida de um grupo de instrutores voluntários da SMP a Moçambique, com o objetivo de plantar uma semente do Programa naquele País.  

O grupo brasileiro também deixou sementes em Moçambique: 21 profissionais foram treinados para serem instrutores e atuarem como agentes multiplicadores na região, difundindo, assim, o acesso às técnicas modernas e reconhecidas. A visita a Maputo resultou de uma missão diplomática liderada pela SMP, com o apoio da SBP, e que envolveu ainda a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), o Escritório de Representação Ministério das Relações Exteriores em Minas Gerais (Ereminas) e a Embaixada do Brasil em Moçambique.  

Como parceiros locais, as entidades brasileiras contaram ainda com o apoio fundamental da Associação Moçambicana de Pediatria e do Hospital Central de Maputo, que contribuíram para o sucesso do esforço. 

Em 2018, uma equipe de pediatras brasileiros aterrissou novamente em solo moçambicano para a realização da segunda fase do Projeto de Cooperação Bilateral entre Brasil e Moçambique. A ação diplomática teve como objetivo compartilhar conhecimentos com médicos e enfermeiros daquele país, de forma a contribuir para a redução da mortalidade infantil em decorrência de asfixia perinatal.

Aulas de capacitação e visitas técnicas permearam os nove dias nas cidades de Beira, Maputo e Nampula. No total, foram contabilizadas 303 capacitações: 256 participantes e 47 instrutores. “Essas missões têm como objetivo principal levar o modelo do nosso Programa, que engloba a infraestrutura, a linha de pensamento da hierarquização, entre outras coisas, para que eles possam adaptar à realidade deles”, finalizam as coordenadoras.