Os integrantes do Departamento Científico (DC) de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgaram nesta semana nota de esclarecimento a respeito da Síndrome de Irlen, caracterizada pela distorção da percepção na leitura, leitura lenta ou ineficiente e perdas de palavras em linhas de leitura. A carta de esclarecimento atende a um pedido de pediatras de todo o País. “Recebemos diversas solicitações de colegas solicitando um posicionamento da SBP sobre esse tema tão importante”, comenta o dr. Lívio Francisco da Silva Chaves, secretário do DC.
“Essa disfunção denominada Scotopic Sensitivity Syndrome ou também denominada Meares-Irlen Syndrome and Visual Stress é descrita como tendo sintomatologia fotofobia, problemas de resolução viso-espacial, restrição e dificuldade de manutenção de alcance focal. Em virtude dos sintomas serem muito comuns e estarem presentes com varias outras situações clínicas que acontecem na idade escolar, quando a criança utiliza a visão de forma sistemática para o aprendizado, tem sido postulado por alguns pesquisadores que muitos dos quadros diagnosticados como TDAH, dificuldades específicas de aprendizado, poderiam estar relacionados à Síndrome de Irlen”, diz trecho da nota.
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Segundo o documento, esta condição estaria presente em cerca de 12% a 14% da população geral e em aproximadamente 46% dos indivíduos com diagnóstico de Dislexia (e/ou dificuldades alternativas de aprendizagem). Estudo realizado em 2005, por exemplo, sugere que o estresse visual afetaria cerca de 37,5% das crianças com dislexia e cerca de 25% dos não-disléxicos. Outro trecho mostra que um dos tratamentos indicados seria o uso de lentes coloridas. Dados oferecidos ao público pela companhia (www.irlen.com) reiteram esse tratamento.
Segundo os especialistas do DC de Desenvolvimento e Comportamento da SBP, o exame oftalmológico completo deve ser realizado para afastar causas refracionais ou anatômicas que estejam influenciando na diminuição da capacidade visual e, em consequência, dificultando a leitura e o processo de aprendizado. Eles fazem ainda uma abordagem sobre os recentes estudos acerca do tema e concluem que “ainda serão necessários mais estudos com metodologia adequada e rigor científico para recomendar a utilização das lentes como método terapêutico eficaz e comprovado”.
A nota foi elaborada pela dra. Liubiana Arantes de Araújo Regazzoni (presidente); dr. Livio Francisco da Silva Chaves (secretário); e pelos membros do Comitê Científico drs. Adriana Auzier Loureiro; Ana Márcia Guimarães Alves; Marcio Leyser; Ana Maria Costa da Silva Lopes; Ricardo Halpern e João Coriolano Rego Barros.
PARECER DA SBOP – A nota da SBP converge com a posição da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP), que, em julho deste ano, também emitiu um parecer sobre a Síndrome de Irlen. O documento cita normativo do Conselho Federal de Medicina (CFM), que, em 2014, baseado em pesquisa e estudo de literatura científica, concluiu como placebo o tratamento proposto para a disfunção de leitura.
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O texto da SBOP cita também o desaconselhamento feito pela Academia Americana de Pediatria (AAP) em 2009, contra o uso de lentes e filtros coloridos para o tratamento de crianças com dificuldades de leitura.
Em outro trecho da nota da SBOP, a instituição diz que “em 2014, em declaração conjunta da AAP, Academia Americana de Oftalmologia (AAO) e a Associação Americana de Oftalmologia Pediátrica (AAPOS), conclui-se que muitos dos estudos citados até então como prova da eficiência da lente e filtros coloridos para a Síndrome de Irlen não foram conclusivos.
As recomendações das entidades, portanto, são para que as crianças que apresentam sinais de dificuldades de aprendizagem devem ser referidas no início do processo, para avaliações diagnósticas educacionais, psicológicas, neuropsicológicas ou médicas. Além disso, elas devem receber apoio adequado e intervenções educacionais combinadas com tratamentos psicológicos e médicos e devem ser encaminhadas para um oftalmologista com experiência no cuidado de crianças.
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