O Departamento Científico de Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) publicou, na última quarta (8), a nota de alerta "Atendimento ambulatorial pediátrico e neonatal". No texto, é debatido se é necessário manter a regra de apenas um acompanhante às consultas pediátricas e quais são os cuidados necessários para o atendimento presencial durante a pandemia pelo novo coronavírus.
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Conforme explica o documento, com o agravamento da incidência da COVID-19 no Brasil, a partir do mês de março de 2020, e com alta taxa de letalidade e de contagiosidade, foi necessária a adoção de medidas de distanciamento social e restrição à circulação de pessoas, para tentar minimizar a transmissão comunitária do vírus.
Além disso, o cuidado ambulatorial na atenção primaria à saúde e a atenção ambulatorial especializada e em consultórios médicos, foram adiados ou substituídos pelo teleatendimento e teleconsulta – medida regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e autorizada enquanto durar a pandemia –, com consultas presenciais para condições selecionadas.
No entanto, apesar dessas mudanças na rotina, é importante que o acompanhamento de crianças em ambulatório continue, diante das situações de alerta que demandam vigilância por parte do pediatra e demais profissionais de saúde. "As mães precisam ser avaliadas quanto à sua saúde e precisam ser orientadas para a amamentação e processo fisiológico do estabelecimento da lactação, orientações iniciadas na maternidade. O recém-nascido precisa ser examinado e avaliado clinicamente para a detecção de icterícia, hidratação, evolução do peso, teste do pezinho", enfatiza a nota.
Nesse sentido, tanto a consulta pediátrica quanto a de puericultura de forma presencial devem ser priorizadas e realizadas com agendamento prévio, além de ser necessário tomar todos os cuidados de higiene e prevenção como uso de máscaras, higienização das mãos e oferta de álcool em gel 70%, evitando aglomerações de crianças e acompanhantes na sala de espera no mesmo horário, mantendo ambientes arejados, e uso obrigatório de equipamentos de proteção individual por parte dos profissionais que realizam o atendimento.
ACOMPANHANTES - No que se refere aos acompanhantes, o documento explica que não há nenhuma recomendação explícita da SBP, Ministério da Saúde, Academia Americana de Pediatria e o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) para restrição da presença do segundo acompanhante em consultas pediátricas ou neonatais durante o período da pandemia.
“A presença dos pais, responsáveis ou cuidadores é de suma importância na consulta ambulatorial de recém-nascidos e nos atendimentos de puericultura, pela necessidade de apoio à mãe, estímulo e promoção do aleitamento materno exclusivo além do suporte nos cuidados ao recém-nascido e na realização de todas as ações necessárias para garantir a saúde integral desses pacientes. O compartilhamento favorece harmonia além de tranquilizar a família e incentivar a interação entre pais e filhos”, enfatiza o texto.
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