Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostram que, em 2015, cerca de 920 mil crianças morreram, no mundo, em decorrência de pneumonia. Esses números são maiores em países em desenvolvimento, onde ocorrem 98% das mortes. No Brasil, apesar dos dados do DATASUS apontarem uma redução de mortalidade por pneumonia, nas últimas décadas, a doença ainda é a principal causa de hospitalização em crianças pequenas.
Para chamar a atenção para esse problema de saúde pública, cuja data mundial de alerta e combate é 12 de novembro, o Departamento Científico de Pneumologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) listou quatro passos importantes sobre o diagnóstico e o tratamento da doença.
PRIMEIRO: PENSAR NA DOENÇA
Há quatro décadas, organizações científicas e governamentais do mundo todo procuram sinais e sintomas de alerta que auxiliariam profissionais de saúde a diagnosticar a pneumonia na infância e identificar quando o quadro é grave, possibilitando o pronto tratamento e o encaminhamento dos casos aos serviços de referência.
Tosse, febre e dificuldade para respirar são sintomas clássicos, mas a taquipneia (respiração rápida) é o sinal de maior especificidade e sensibilidade para o diagnóstico, dispensando, inicialmente, exames complementares.
Tiragem subcostal, estridor, impossibilidade de mamar ou beber, letargia, vômitos e convulsões tornam o caso grave e urgente. A história de quadros respiratórios recorrentes e a presença de sibilância devem ser observados para o diagnóstico diferencial com bronquiolite viral aguda e crise de asma.
SEGUNDO: PENSAR NOS FATORES DE RISCO PARA QUADROS GRAVES
Fatores clínicos como, desnutrição, comorbidades, baixa idade no momento da doença, a presença de derrame pleural e, ainda, fatores socioeconômicos, representados pelo baixo nível de escolaridade dos pais, renda familiar na linha da pobreza, cobertura vacinal inadequada, desmame precoce, poluentes intradomiciliares, baixas condições sanitárias e de higiene, são fatores de risco relacionados a quadros de pneumonia graves e potencialmente fatais. O pediatra precisa estar atento e identificar os riscos para quadros graves toda vez que estiver diante de uma criança com suspeita de pneumonia.
TERCEIRO: INICIAR A TERAPÊUTICA
A grande maioria das pneumonias podem ser tratadas ambulatorialmente e, portanto, com medicamentos por via oral. O uso de antibioticoterapia adequada e precoce deve ser iniciado de forma empírica. Diante dos agentes etiológicos identificados, bem como estudos de resistência, os antibióticos da classe das penicilinas são colocados como os preferenciais e essa escolha parece proteger as crianças.
Encaminhar a criança com pneumonia grave para a hospitalização é determinante da sobrevida nestes casos. O manejo rápido e adequado pode salvar a vida da criança com pneumonia.
QUARTO: INCENTIVAR A PREVENÇÃO
Medidas de prevenção para a pneumonia na infância já foram estudadas e o pediatra é o principal responsável por incentivar estas ações. O aleitamento materno exclusivo nos primeiros meses de vida, a eliminação do tabagismo passivo, noções de higiene como a lavagem das mãos e a vacinação contra agentes importantes, como o pneumococo e o vírus da influenza precisam ser motivados.
Não negligencie a prevenção!
Fazer o diagnóstico, conhecer os fatores de risco, agir prontamente e incentivar a prevenção são os caminhos para mudarmos esta realidade. Seja um agente desta mudança!
Vídeos produzidos pelo DC de Pneumologia da SBP chamando a atenção para a prevenção
Assista também ao vídeo Word Pneumonia Day, produzido pela ONG Stop Pneumonia.org
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