O Departamento Científico de Reumatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou nessa segunda-feira (18), o documento científico Doença de Kasawaki. A doença é uma das vasculites primárias mais comuns da infância e representa a principal causa de cardiopatia adquirida em crianças nos países desenvolvidos e cerca de 5% das síndromes coronarianas em adultos.
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De acordo com o texto, a doença de Kawasaki é uma vasculite sistêmica, aguda e autolimitada, com predomínio de vasos de médio calibre, caracterizada por febre alta prolongada ao início e pelo risco de anormalidades coronarianas em cerca de 25% dos pacientes não tratados e em 4% daqueles tratados.
“Aproximadamente 85% dos casos acometem crianças menores de 5 anos, com pico entre 9 e 12 meses de idade, discreto predomínio no sexo masculino, sendo rara em escolares e adolescentes. É cerca de 5 a 10 vezes mais frequente em asiáticos e seus descendentes”, explica a publicação.
DIAGNÓSTICO – A doença pode se apresentar sob três fases clínicas: aguda, subaguda ou convalescença. O diagnóstico é clínico e está baseado nos critérios estabelecidos pela American Heart Association (AHA) e pela European League Against Rheumatism/Pediatric Rheumatology European Society (EULAR/PReS).
O diagnóstico diferencial deve ser feito com todas as doenças febris agudas que cursam com exantema, linfadenite e alterações de mucosas como as infecções bacterianas (escarlatina, meningite, endocardite, adenite bacteriana, síndrome do choque tóxico estreptocócico ou estafilocócico), virais (mononucleose, adenovirose, enterovirose, arboviroses, sarampo), farmacodermia e outras vasculites de vasos de médio calibre (como a poliarterite nodosa).
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO – O tratamento é feito com imunoglobulina humana intravenosa (IVIG). É importante manter o paciente internado com monitorização cardíaca pelo risco de miocardite e arritmias na fase aguda. Recomenda-se a associação de AAS em doses moderadas (30 a 50mg/Kg/dia) ou altas (50 a 80mg/kg/dia) apesar da ausência de evidências consistentes de seu benefício na redução do risco de aneurismas. O prognóstico depende principalmente das alterações coronarianas e seu calibre, sendo que maior a chance de normalização do diâmetro luminal quanto menor o calibre do aneurisma.
O Departamento Científico de Reumatologia da é composto pelos drs. Clóvis Artur Almeida da Silva (presidente); Maria Odete Esteves Hilário (secretária); Adriana Rodrigues Fonseca; Claudia Saad-Magalhães; Flavio Roberto Sztajnbok; Margarida de Fátima Carvalho; e Paulo Roberto Stocco Romanelli.
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