Preocupados com os efeitos da era digital nas crianças e adolescentes brasileiros, profissionais de diversas áreas que trabalham com foco nessa faixa etária elaboraram a Declaração de Curitiba. O documento, elaborado e proposto após a realização do IV Seminário do Uso de Tecnologias de Informação e Comunicação por Crianças e Adolescentes/Jovens Adultos e IV Seminário Nacional de Tecnologia e Dignidade Humana, teve como base as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) sobre uso das telas.
“Ter o nosso trabalho citado nas recomendações deste trabalho é extremamente importante e gratificante. Mostra que a instituição está preocupada com a saúde de nossas crianças e adolescentes e que está promovendo ações em prol da melhora da qualidade de vida delas”, explica a dra. Evelyn Eisenstein, membro do Departamento Científico de Adolescência da SBP e uma das especialistas que participou da elaboração da Declaração.
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Segundo a pediatra, o ponto principal do manifesto é o fato de ele ter sido escrito por profissionais das diversas áreas, como psicologia, enfermagem, serviço social, comunicação e direito, além da pediatria e outros. “Nenhum problema de saúde da criança e do adolescente é resolvido somente no consultório, no ambulatório ou no hospital. Ele é muito mais abrangente e envolve aspectos sociais, culturais, socioeconômicos e políticos”, enfatiza dra. Evelyn.
RECOMENDAÇÕES – A Declaração foi distribuída digitalmente a todos os participantes, palestrantes e apoiadores do evento. Ela contém um resumo do dos debates ocorridos nos três dias de evento e ao final conta com dez recomendações, além de sites para consultas.
Entre as recomendações estão a mediação parental no uso de tecnologias por crianças e adolescentes; a inserção do tema segurança, ética, privacidade e proteção de dados no currículo escolar; entre outros. O documento recomenda ainda a preparação das crianças e adolescentes para a vida com tecnologia, de modo a considerar a inclusão e o letramento digital às vistas da ética e do bem-estar social; o desenvolvimento de mecanismos pelas agências de fomento às pesquisas universitárias multicêntricas regionais e de abrangência nacional sobre os impactos humanos, ambientais e sociais do uso de tecnologias digitais; e mais.
EVENTO – Entre os principais objetivos do evento estavam a reflexão sobre os meios para a transformação do uso da internet e das sociais em fonte mais ética, segura, saudável e educativa de conhecimento e a sobre formas para a alteração do uso da Internet e das redes sociais em ponte de diálogo entre as gerações.
Na ocasião, foram debatidos temas como “Ética no Mundo Digital às vistas da saúde - experiências dos EUA”; “Sexting, PornRevenge, Grooming, Pornografia e etc.”; “Dependência de Internet”; “Gaming Disorder”; “Jogos Eletrônicos ajudando na saúde mental”; Direitos Humanos na Rede”; “Direito, Tecnologias de Informação e Comunicação e Privacidade”; entre outros.
O evento foi realizado em maio, na capital paranaense, pelo Centro de Estudos Integrado, Infância, Adolescência e Saúde (CEIIAS) e Instituto Tecnologia & Dignidade Humana. Na oportunidade, houve a participação de quase 300 profissionais e acadêmicos das diversas áreas e palestras de quase 40 especialistas nacionais e internacionais.
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