No Brasil, a prematuridade é a principal causa de morte em crianças nos primeiros cinco anos de vida. Para chamar a atenção dos pediatras a respeito da importância fundamental desse tema, o Departamento Científico (DC) de Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou nota técnica sobre o assunto. A publicação também faz alusão ao 17 de novembro – Dia Mundial da Prematuridade – e ao Novembro Roxo, mês de sensibilização sobre o tema.
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a nomenclatura de pré-termos ou prematuros para crianças que nascem com idade gestacional menor que 37 semanas, situação que, anualmente, atinge 15 milhões de crianças ao redor do mundo. No Brasil, cerca de 12% dos nascidos vivos são oriundos dessas gestações. A porcentagem corresponde a aproximadamente 360 mil crianças ao ano, quase mil ao dia, no País.
Segundo informa a presidente do DC de Neonatologia da SBP, dra. Maria Albertina Santiago Rego, a prematuridade é uma síndrome clínica complexa e, como tal, deve ser abordada com múltiplas estratégias para sua prevenção.
“Certamente, esse é um dos maiores problemas de saúde pública da saúde da mulher e da criança e exige nossa atenção. Trata-se de um processo que tem início antes mesmo da gestação, determinado por fatores socioeconômicos e estilo de vida, que interagem de maneira complexa com fatores biológicos”, explicou ela.
Nas crianças que sobrevivem, a prematuridade aumenta o risco de condições crônicas, como alterações nos padrões de crescimento; atrasos no desenvolvimento sensorial, motor e cognitivo; problemas psíquicos; além de todas as consequências associadas a cada um e ao conjunto desses eventos. Crianças prematuras terão ainda risco aumentado de evoluírem outros problemas, tais como, diabetes tipo II e doenças cardiovasculares.
De acordo com a dra. Maria Albertina, para impedir esses resultados, uma das prioridades dos investimentos para saúde deve ser a organização da rede de assistência perinatal, de acordo com a estratificação do risco gestacional. “Na prática, significa sistematizar os fluxos assistenciais na Atenção Primária à Saúde (APS) e na atenção especializada vinculada às maternidades, no intuito de responder adequadamente às demandas clínicas”, enfatizou.
As recomendações da SBP para avançar na assistência aos recém-nascidos e outras indicações sobre prematuridade podem ser encontradas nos documentos científicos “Nascimento Seguro” e “Prevenção da prematuridade – uma intervenção da gestão e da assistência”, já divulgados pelo DC de Neonatologia da SBP.
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