Sob o tema central “A amamentação do século XXI: por que e como investir?”, a Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc) promoveu na última semana a quarta edição do Congresso Catarinense de Aleitamento Materno, em Florianópolis (SC). O evento, idealizado pelo pediatra dr. Cecim El Achkar, reuniu renomados palestrantes de todo o País para debater os principais desafios relacionados ao tema.
“Nosso objetivo é valorizar e resgatar a prática do aleitamento materno em sua dimensão humana, pois nenhuma tecnologia ou fórmula substitui o leite materno. A amamentação faz parte da nossa natureza e está diretamente associada à perpetuação da espécie. Nossa função é de apoiar e fortalecer as mães, pois são elas que, além de gerar, dão a provisão desse primeiro alimento”, enfatizou.
De acordo com o dr. El Achkar, no geral, a formação dos médicos ainda é focada na resolução de doenças e muitos encontram dificuldade em orientar as mulheres. “No Brasil, as fórmulas infantis ainda são muito utilizadas, o que é uma tendência totalmente equivocada. Eventos como este são uma ótima oportunidade para que os pediatras adquiram novos conhecimentos e troquem experiências para suprir essa lacuna”, disse.
PROGRAMAÇÃO – Os métodos para enfrentar possíveis dificuldades no processo da amamentação estiveram presentes em várias conferências do Congresso, realizado nos dias 10 e 11 de julho. Na oportunidade, o integrante do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dr. Moises Chencinski, ministrou a palestra “Novos desafios da amamentação para o século 21”. A atividade teve como foco os desafios recorrentes que ainda precisam ser trabalhados.
“Houve uma evolução grande nas questões do aleitamento materno até 2006. Depois disso, o País estacionou em todos os índices. As pesquisas indicam que apenas a amamentação acima dos dois anos de idade aumentou”, disse.
Segundo o dr. Chencinski, as principais dificuldades ainda são a falta de informação e de redes organizadas de apoio. Para ele, os profissionais podem atuar ampliando o diálogo com as mães. Além disso, as orientações sobre o tema devem ser repassadas desde o pré-natal.
“Amamentar é uma questão educacional. As escolas e universidades deveriam falar sobre o assunto, assim como outros espaços de cidadania. A prática do aleitamento precisa ser uma bandeira de todos”, concluiu.
SCP - O evento contou também com o apoio da Sociedade Catarinense de Pediatria (SCP), com a participação de diversos especialistas da filiada, inclusive na elaboração da programação científica. Conforme ressaltou a presidente da SCP, dra. Rosamaria Medeiros e Silva, os desafios da amamentação ainda são grandes e as sociedades médicas têm um papel social muito significativo.
“Apoiar as mulheres para a amamentação é responsabilidade de todos. Nesse contexto, as entidades médicas, como a SCP, podem influenciar positivamente na educação da população. Os pediatras têm contato próximo com as famílias e podem fornecer orientações embasadas em prol do aleitamento materno, além de esclarecer as principais dúvidas”, pontou.
Na oportunidade, a presidente do DC de Aleitamento Materno da SCP e membro do DC de Aleitamento Materno da SBP, dra. Maria Beatriz Reinert do Nascimento, ministrou ainda a palestra “Cirurgia plástica, tatuagem, piercing: será que isto interfere no aleitamento materno?”. Também participaram do Congresso as integrantes da Diretoria de Ações Comunitárias e Sociais da SCP, dras. Mônica Midlej Cardoso, Tatiana de Andrade Lemos e Ana Lúcia Tirloni.
*Com informações da Assessoria de Comunicação da Alesc e da SCP.
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