Diretora da SBP apresenta miniconferência sobre dilemas éticos comuns nas emergências

“A ética é uma questão que sempre permeia nossas ações e nos traz aspectos para discussão sobre o melhor caminho para o tratamento dos nossos pacientes. Na ética não existe a fórmula correta, mas muito mais dúvidas e questionamentos”. Com essa afirmativa, a 1ª secretária da SBP e presidente do Departamento de Bioética da SBP, dra. Ana Cristina Ribeiro Zöllner, abriu sua miniconferência “Dilemas éticos comuns na emergência”, no 3º Congresso Brasileiro de Urgências e Emergências, na cidade do Rio de Janeiro (RJ).

Em sua explanação, dra. Ana explicou as definições de emergência, ou seja, quando há ameaça imediata para a vida do paciente; e urgência, que é uma ameaça em um futuro próximo e que pode se tornar uma emergência se não for solucionada. Segundo ela, “os médicos que atuam nas emergências precisam ter cuidado redobrado”.

Dra. Ana exemplificou ainda que as situações emergenciais de saúde pública, como o caso da pandemia de covid-19, desviam o foco do individual para o coletivo. Nesses casos, os princípios éticos de saúde pública, como equidade, alocação de recursos e distribuição justa de benefícios na sociedade passam a ser a pauta.

“A distribuição adequada de recursos permite que o atendimento da urgência e emergência aconteça de maneira universal e equitativa, como preconiza os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS)”.

Para enfrentar essas situações, diz a pediatra, é preciso haver planejamento (criação de protocolos), com triagem dos pacientes e alocação de pessoal, e proteger as pessoas com vulnerabilidade biológica.
A especialista ressaltou que o paciente, ao procurar a urgência ou emergência, está num estado de fragilidade por dor, risco de vida, sofrimento, e o médico precisa estar preparado para atenuar ou cessar essas situações desconfortáveis. “É preciso respeitar o paciente e o meio ambiente em que vive”, destacou.