Diretores da SBP e presidentes de filiadas avaliam problemas e soluções para a Pediatria no Brasil

A diretoria-executiva da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) reuniu-se nesta sexta-feira (4), em São Paulo (SP), com os 27 presidentes das filiadas da instituição para apresentar os resultados do último ano de gestão e traçar discutir os principais problemas e soluções para a Pediatria no Brasil. Abrindo o encontro, o dr. Antônio Condino-Neto, presidente do Departamento Científico de Imunologia Clínica da SBP, apresentou a campanha lançada pela SBP sobre a Triagem Neonatal para Imunodeficiências Primárias (IDP), que visa orientar os pediatras a detectar precocemente os sinais da doença.

Na apresentação, dr. Condino apresentou as formas de triagem neonatal para as IDP e deu exemplos de casos clínicos de identificação precoce e tratamento correto da doença. “Estamos ignorando as IDP, cuja situação no Brasil é preocupante. Precisamos mudar esse cenário a partir da triagem e, posteriormente, do encaminhamento e tratamento adequado das crianças que sofrem com a doença”, alerta o especialista.

Sobre o tema, a presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva, destacou que “é importante que cada presidente de filiada identifique um neonatologista no seu estado para que, por meio dessa campanha, possamos beneficiar as crianças que sofrem com as IDP”. Atualmente, o projeto piloto é apoiado pelo Ministério da Saúde e o Instituto de Pesquisa e Ensino em Saúde do Hospital Infantil Sabará (Pensi), de São Paulo.

ÁLCOOL E DROGAS – Na sequência, o dr. João Paulo Becker Lotufo, representante da SBP para ações de combate ao álcool, tabaco e drogas, apresentou o caderno com planos de aula para professores do Ensino Fundamental 2 (6º, 7º, 8º e 9º ano), cujo objetivo é incentivar escolas públicas e privadas a trabalharem este tema com os estudantes de forma lúdica e didática. O médico apresentou dados relevantes sobre o consumo de álcool e drogas por crianças e adolescentes brasileiros.

“Falar sobre a não ingestão de bebidas alcoólicas e o consumo de drogas antes dos 18 anos de idade é um assunto que deve ser discutido em sala de aula e, com esse material, pretendemos colaborar para diminuir a experimentação de drogas entre adolescentes e jovens enquanto as leis brasileiras não discutem a prevenção de drogas lícitas”, defendeu o dr. Lotufo.

Os professores que tiverem interesse no material já podem fazer um cadastro no site do Dr. Barthô e realizar o download. O lançamento oficial será no dia 30 de maio na Escola de Aplicação da Universidade de São Paulo (USP). “Vamos ampliar a divulgação dessa luta, que é de extrema importância para as nossas crianças e adolescentes, disponibilizando o material nos sites de cada filiada e também no site Pediatria para Famílias”, conclamou a presidente da SBP.

PARCERIA UNICEF – A convite da diretoria da SBP, a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Adriana Alvarenga, também participou do encontro com os presidentes das filiadas. O objetivo foi apresentar as linhas gerais de nova parceria que se delineia entre a SBP e o organismo internacional, e cujo objetivo é promover ações conjuntas em torno do aleitamento materno, a alimentação saudável, nascimento seguro, sífilis congênita, entre outras questões.

Nos próximos meses, o grupo gestor da SBP deve se reunir com a direção do Unicef no Brasil a fim de trabalhar um documento que identifique as necessidades de cada cidade brasileira e como os problemas identificados poderão ser resolvidos. “Essa retomada de parceria entre SBP e Unicef, realizada nessa gestão, é extremamente importante para trazer resultados às ações que envolvem os cuidados com as crianças e adolescentes”, observou a diretora-financeira da SBP, dra. Maria Tereza Costa.

ENSINO DE PEDIATRIA – A dra. Rosana Puccini, idealizadora da página Ensino de Pediatria na Graduação, hospedado no site da SBP, apresentou proposta de workshop sobre o tema nas escolas médicas para tratar dos eixos do atendimento à criança. Até outubro, um documento científico deve ser elaborado sobre os desafios encontrados no Ensino de Pediatria na Graduação. “A partir deste documento de pesquisa, passaremos a buscar o apoio das filiadas na divulgação, inclusive indicando pessoas nos estados para que possamos entrar em contato com as escolas médicas locais” disse.