Documento atualiza pediatras sobre hiperbilirrubinemia indireta no período neonatal

A icterícia é um dos sinais mais frequentes no período neonatal, aparecendo em cerca de 60% dos recém-nascidos (RN) termos e 80% dos RN pré-termos na primeira semana de vida. O problema corresponde à expressão clínica da hiperbilirrubinemia, que pode ter como consequência a encefalopatia bilirrubínica. Para atualizar o pediatra sobre o tema, o Departamento Científico de Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) publicou o documento “Hiperbilirrubinemia indireta no período neonatal”. Entre os aspectos abordados, ganharam destaque o diagnóstico diferencial, fatores de risco, conduta terapêutica e estratégias de prevenção.

O texto informa que “conhecer o metabolismo da bilirrubina e os possíveis fatores de risco para a hiperbilirrubinemia significante no recém-nascido são estratégias importantes para o manejo adequado da icterícia neonatal”.

Entre os fatores clínico-epidemiológicos de risco associados ao desenvolvimento de hiperbilirrubinemia significante na primeira semana de vida estão a dificuldade no aleitamento materno, “devido ao aumento da circulação êntero-hepática da bilirrubina e à sobrecarga de bilirrubina ao hepatócito”, com a consequente perda de peso – maior que 7% em relação ao peso de nascimento – e possível desidratação.

Segundo explicam os especialistas, uma das estratégias para evitar a hiperbilirrubinemia significante é “otimizar o aleitamento materno nos recém-nascidos saudáveis com contato pele a pele e o estímulo ao aleitamento na sala de parto na primeira hora de vida”.

INVESTIGAÇÃO ETIOLÓGICA – A investigação da etiologia da hiperbilirrubinemia indireta neonatal inclui análise do quadro clínico e de exames laboratoriais específicos. “É importante ter raciocínio clínico com base em história, fatores de risco associados à hiperbilirrubinemia, idade gestacional, idade pós-natal e nível de BT com frações”.

A importância da implementação de ações de educação médica continuada, de protocolos para o manejo da icterícia e o uso de fototerapia com acompanhamento em unidades neonatais são algumas estratégias de baixo custo para a otimização do tratamento e redução de danos causados pela hiperbilirrubinemia em RN, de acordo com os autores.

LIVE – Para auxiliar os pediatras na abordagem da hiperbilirrubinemia indireta no período neonatal, os especialistas da SBP realizaram uma live no dia 1º de outubro. No encontro, esclareceram diferentes questões, como a icterícia no leite materno; riscos da alta hospitalar precoce do recém-nascido (RN); efeito rebote com a descontinuidade da fototerapia e outros. A live reuniu as dras. Danielle Brandão e Maria Fernanda Almeida, e contou com a mediação das dras. Leila Cesário Pereira e Silvana Salgado Nader, todas do DC.