O Departamento Científico de Oncologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou nesta semana o documento “Linfonodomegalia periférica na criança e no adolescente: quando pensar em câncer”. O texto orienta o pediatra sobre sinais e sintomas que podem ser indícios da presença dessa doença, assim como norteia a abordagem preliminar dos casos.
Os linfomas representam o terceiro tipo de câncer mais frequente, após as leucemias e os tumores do sistema nervoso central. Sua malignidade é mais comum da região da cabeça e pescoço. Tumores sólidos (neuroblastoma, rabdomiossarcoma, carcinoma de nasofaringe e carcinoma de tireoide) podem determinar metástase para os linfonodos periféricos.
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De acordo com a publicação, o tecido linfoide aumenta rapidamente na infância, alcançando dimensões do adulto em torno dos seis anos de idade. O pico máximo de crescimento é no período pré-puberal, ocorrendo, posteriormente, involução. No período neonatal geralmente os linfonodos não são palpáveis, pois esta é uma fase em que há pouca estimulação antigênica.
LINFONODO - Na infância, a resposta hiperplásica do linfonodo tende a ser mais imediata e intensa que no adulto, mas à medida que a criança cresce os mecanismos de defesa se tornam mais específicos e a reatividade ganglionar tende a ser menos intensa e, comumente, mais localizada.
“Neste contexto, é importante o pediatra estar ciente que nem todos os linfonodos palpáveis estão aumentados por doença maligna, e que a maioria deles são secundários a etiologia benigna”, destacam os especialistas que elaboraram o documento.
Cerca de 75% das linfonodomegalias periféricas são localizadas e mais de 50% observadas na região de cabeça e pescoço. Estão frequentemente associadas a uma doença específica na região de drenagem linfática e não necessitam de investigações adicionais ao exame clínico para seu diagnóstico. As linfonodomegalias generalizadas representam 25% dos casos e estão geralmente relacionadas a uma doença de base (infecções, doenças autoimunes e neoplasias malignas).
CARACTERÍSTICAS – Os linfonodos são estruturas dinâmicas, que apresentam grande flutuação no seu tamanho, especialmente nas crianças, considerando que estão expostas a diversos vírus e bactérias.
No atendimento da criança/adolescente com linfonodomegalia é relevante considerar a idade do paciente, bem como o tamanho, as características e a localização do linfonodo, sua evolução e a presença de sinais/sintomas inflamatórios ou sistêmicos associados.
No que se refere às características da linfonodomegalia, deve ser realizada inspeção cuidadosa à procura de hiperemia, bem como avaliar a região anatômica drenada, que pode apresentar ferimentos que funcionam como porta de entrada para um microrganismo. “Na palpação, o pediatra deve procurar por calor local, avaliar a consistência do linfonodo e verificar a regularidade da sua superfície”, listam os especialistas.
AVALIAÇÃO – Na criança, um grupo heterogêneo de doenças pode cursar com linfonodomegalias. Assim, as informações obtidas na anamnese e no exame físico são relevantes para orientar o diagnóstico, bem como os exames complementares.
Fatores importantes a serem considerados na anamnese e no exame físico incluem o tempo de duração e o aspecto evolutivo; avaliar os linfonodos em relação à sua localização, consistência, tamanho, mobilidade e presença de sinais flogísticos; avaliar se a linfonodomegalia é localizada ou generalizada; a idade do paciente.
“Também preciso observar a presença de sinais/sintomas constitucionais sugestivos de doença sistêmica; presença de hepatoesplenomegalia e manifestações hemorrágicas; e a resposta ao tratamento antimicrobiano”, destaca o documento.
Alguns exames complementares que podem auxiliar o pediatra na avaliação de uma criança com suspeita diagnóstica de câncer são: hemograma, mielograma, desidrogenase láctica (LDH) e ácido úrico, além de exames de imagem como a radiografia de tórax; ultrassonografia cervical com doppler; ultrassonografia abdominal; tomografia de tórax e abdome.
“Os exames de imagem também são úteis para guiar as biópsias por agulha, melhorando assim, a acurácia do método.Caso o resultado do exame anátomo-patológico seja inconclusivo, ou de hiperplasia reativa inespecífica, a biópsia deve ser repetida”, orientam os especialistas.
O Departamento Científico de Oncologia da SBP é composto pelos drs. Denise Bousfield da Silva; José Henrique Silva Barreto; Cláudio Galvão de Castro Júnior; Ethel Fernandes Gorender; José Carlos Martin Córdoba; Luiz Gonzaga Tone; Mara Albonei Dudeque Pianovski; e Sidnei Epelman.
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