Eleições Gerais 2018: SBP encaminha Agenda em defesa da criança e do adolescente a candidatos à Presidência da República

Nesta semana, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) encaminhou a Agenda em Defesa da Criança e do Adolescente aos candidatos à Presidência da República das Eleições Gerais de 2018. O documento, enviado nominalmente a cada um dos postulantes devidamente registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), reúne uma série de propostas para o enfrentamento dos principais desafios da assistência à população pediátrica nas redes pública e privada de saúde.

CONFIRA AQUI A ÍNTEGRA DO DOCUMENTO ENVIADO AOS PRESIDENCIÁVEIS

Entre aqueles que receberam o ofício da SBP, constam os candidatos Álvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meireles (PMDB), Jair Bolsonaro (PSL), João Amoêdo (Novo), João Goulart Filho (PPL), José Maria Eymael (DC), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Marina Silva (Rede Sustentabilidade) e Vera Lúcia (PSTU).

DEBATE POLÍTICO - O objetivo da ação é contribuir para o debate político com propostas que buscam a plena proteção, a garantia de bem-estar e o estímulo ao desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, parcela da população que corresponde a quase 60 milhões de brasileiros, frequentemente ignorados pelas políticas públicas de Estado. No total, são apresentados 28 tópicos com sugestões destinadas aos futuros gestores do País, agrupadas nos campos da Saúde; Direitos Humanos e Sociais; Segurança Pública; e Relações Humanas e Familiares.

“A Infância e a Adolescência merecem o máximo da atenção por parte do Estado e do Governo. Para esses jovens, que em poucos anos assumirão o comando do País, devem ser asseguradas estratégias e investimentos que lhes garantam educação, segurança, alimentação, cultura, lazer e, sobretudo, bem-estar e saúde. Infelizmente, esses itens estão ausentes da realidade de muitas famílias, que convivem com o abandono, a falta de oportunidades e a desesperança”, destaca o texto.

De acordo com a presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva, a interlocução ativa da entidade junto às diferentes esferas do Poder Público, bem como aos candidatos a cargos representativos, constitui um dos compromissos firmados pela atual gestão em busca de melhorias na assistência à população e para a valorização profissional da especialidade.

“Um dos pilares que norteiam a atual diretoria-executiva da SBP é justamente a atuação em prol do fortalecimento de políticas em favor de crianças e adolescentes, bem como de suas famílias. Estamos em período eleitoral, só podemos garantir que o País alcançará caminhos diferentes, se os nossos futuros gestores compreenderem a importância de mudar o presente. É indispensável que a população pediátrica não seja ignorada”, enfatizou.

INFRAESTRUTURA – Junto a Agenda, os candidatos receberam também um dossiê com dados numéricos relativos à condição de trabalho do pediatra e à falta de infraestrutura na Atenção Básica no Brasil. O documento aborda algumas das principais lacunas que afetam a qualidade do atendimento médico, como a fila de espera por cirurgias eletivas do Sistema Único de Saúde (SUS) e déficit de leitos de internação pediátrico e de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) neonatais.

Dentre os tópicos destacados, a necessidade de qualificar a assistência ao recém-nascido no momento do parto. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef, sigla em inglês), de 184 nações analisadas pela organização, o Brasil figura como a 108º pior para recém-nascidos, com média de 9,9 mortes neonatais para cada mil nascidos vivos.

Outro item apresentado foram os baixos índices de cobertura vacinal do Brasil. Nos últimos anos, a maioria dos estados e municípios não têm alcançado as metas propostas pelo Ministério da Saúde e doenças já erradicadas ou controladas ameaçam retornar ao País, como sarampo, poliomielite e coqueluche. A situação expõe a população a riscos com reflexos relevantes até mesmo para a atividade econômica do País.

VONTADE - “O Brasil vive situações emergenciais no campo da saúde. O surto de sarampo, que recentemente voltou a ameaçar as crianças, é um dos exemplos mais evidentes. Os jovens de hoje são a base da Nação que nos tornaremos daqui a alguns anos. É preciso vontade política para acabar com a negligência e enfrentar o cenário de precariedade que avança sobre a assistência pediátrica”, conclui dra. Luciana Silva.

Dentre as sugestões propostas pela SBP para aperfeiçoar a eficácia da gestão dos recursos públicos e garantir serviços mais adequados, o documento indica a necessidade de mais investimentos em políticas de recursos humanos, na modernização da infraestrutura física e na aquisição de novos equipamentos, insumos e medicamentos.

Nas próximas semanas, a Agenda em Defesa da Criança e do Adolescente e os dados que apontam a fragilidade da assistência à saúde no Brasil serão encaminhados para cerca de 280 candidatos ao Senado Federal e 190 candidatos ao Governo de cada uma das 27 unidades federativas do País.