No próximo dia 4 de fevereiro, comemora-se o Dia Mundial do Câncer, e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), através do seu Departamento Científico de Oncologia, acaba de publicar um artigo sobre o tema. Com o objetivo de chamar atenção para o câncer infantojuvenil, o texto ressalta a importância do diagnóstico precoce e da incorporação de ações de prevenção primária visando evitar/reduzir o desenvolvimento de câncer na vida adulta.
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O Dia Mundial do Câncer foi criado por uma iniciativa global da União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS). O intuito da data é aumentar a conscientização e a educação mundial sobre a doença, além de influenciar governos e indivíduos para que se mobilizem pelo controle do câncer evitando, assim, milhões de mortes a cada ano. Vale destacar que, segundo estimativa da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), espera-se no mundo o diagnóstico de 215.000 casos novos/ano em crianças menores de 15 anos, e cerca de 85.000 em adolescentes de 15 a 19 anos.
DIAGNÓSTICO - Considerando esses dados, dra. Denise Boulsfield, presidente do Departamento Científico de Oncologia da SBP, ressalta a importância do diagnóstico precoce em relação ao câncer infantojuvenil. “São essenciais ações que contribuam para o diagnóstico precoce do câncer e acelerem o encaminhamento desses pacientes para os centros de referência em oncologia pediátrica. Iniciativas como: a atuação efetiva na atenção básica; a vigilância e promoção da saúde da criança e do adolescente; estratégias de divulgação de informações para profissionais e para população; programas de educação continuada para os profissionais que atuam com cuidados primários; e aumento da comunicação entre os serviços primários e especializados”, pontua.
A médica destaca, ainda, que é relevante lembrar que as mortes evitáveis por câncer infantil em países de baixa e média renda decorrem, em geral, do subdiagnóstico, diagnósticos tardios ou incorretos, dificuldades de acesso a cuidados de saúde, abandono de tratamento, morte por toxicidade e maiores taxas de recorrência.
O documento enfatiza que, na criança, o câncer tem uma origem predominantemente de células embrionárias e possui curto período de latência. Além disso, em geral, apresenta crescimento rápido, sendo mais agressivo e invasivo, porém, com melhor resposta ao tratamento e melhor prognóstico do que o câncer no adulto. Os especialistas frisam, ainda, que, diferentemente do adulto, na criança/adolescente raramente é possível a prevenção primária do câncer, exceto pela vacinação contra hepatite B e papilomavírus humano (HPV).
PAPEL DO PEDIATRA - Nesse sentido, o texto enfatiza que é essencial que o pediatra esteja preparado para realizar a orientação em relação aos fatores de risco para a ocorrência do câncer na vida adulta. A Dra. Denise destaca que é fundamental a incorporação de ações de prevenção primária, com ênfase nos fatores associados ao modo de vida em todas as idades e com intervenções de combate a agentes ambientais e ocupacionais cancerígenos.
Alguns dos cuidados destacados no artigo são: o aleitamento materno, que protege as mães contra o câncer de mama e as crianças contra a obesidade infantil; evitar o hábito de fumar e a ingestão de bebida alcoólica; manter uma alimentação adequada; evitar exposição excessiva ao sol e a radiações; evitar o sedentarismo; redução das infecções com agentes carcinogênicos; dentre outros fatores.
“A aquisição de hábitos de vida saudáveis nessa fase é vista, hoje, como estratégia de prevenção que pode ajudar os indivíduos a se manterem saudáveis por mais tempo, evitando doenças crônicas na idade adulta. Por isso, é imprescindível difundir o conhecimento sobre os efeitos dos fatores de risco na expectativa média de vida da população, além de desenvolver estratégias de prevenção que envolvam diversos setores da sociedade”, frisa dra. Denise.
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