A Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) é a principal causa de retardo mental e de anomalias congênitas não hereditárias, representando grave problema de saúde pública. Por isso, o dia 9 de setembro, data mundialmente destinada à prevenção da SAF, é tão importante. A coordenadora da campanha “Gravidez sem Álcool” da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra. Conceição Segre, destaca a importância da conscientização sobre esta afecção que, apesar da alta prevalência em todo o mundo (6 a 9 casos por 1000 nascidos vivos), permanece desconhecida por muitos.
“A ingestão de álcool durante a gestação pode causar abortamento, natimortalidade, além de uma enorme variedade de deficiências fetais, conhecidas como Desordens de Espectro Alcoólico Fetal (DEAF ou Fetal Alcohol Spectrum Disorders, FASD, na sigla em inglês). Em qualquer fase da gestação o álcool é perigoso e não se conhece uma forma de ingestão segura”, alerta dra. Conceição. Em vídeo, ela explica outras possíveis consequências da ingestão de álcool.
Contrariamente a essa recomendação, pesquisas indicam que 50% das mulheres brasileiras ingerem alguma dose de álcool no período da gestação. Vale ressaltar que o álcool presente no sangue materno passa para o feto através do cordão umbilical, e em cerca de 1 a 2 horas a concentração no sangue fetal é semelhante à da mãe. O álcool é um agente teratogênico que pode atingir todos os órgãos do organismo fetal em formação, especialmente o sistema nervoso central.
A SAF é caracterizada por malformações faciais e em outros órgãos, microcefalia, retardo mental e distúrbios comportamentais, comprometendo o desempenho escolar do indivíduo afetado. Dra. Conceição explica que a criança atingida pode apresentar desde anomalias congênitas, presentes já ao nascimento; como alterações neurológicas, detectáveis mais tardiamente, na idade escolar. Essas alterações, de acordo com a médica, se caracterizam principalmente por deficiências em relação ao aprendizado de matemática e de linguagem.
“Não há nenhum tratamento curativo para esta doença, apenas de suporte. Por isso, o único caminho que recomendamos é o da prevenção. Portanto, mulheres com vida sexual ativa, caso suspeitem que estão grávidas, não devem beber”, afirma dra. Conceição.
CAMPANHA - A SBP vem se empenhando ativamente na divulgação dos efeitos maléficos do álcool ingerido durante a gestação e dos problemas futuros que atingem as crianças acometidas. Como parte desse movimento, a entidade se uniu à campanha do Centro de Informação sobre Saúde e Álcool (CISA) que, juntamente com a Associação Médica Brasileira (AMB) e Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), promoveu entre os dias 6 e 10 de setembro a Semana de Prevenção das FASD.
Com o objetivo de disseminar o conhecimento científico sobre o tema, a ação, com o apoio da Marjan Farmacêutica, aconteceu nas redes sociais das instituições, com publicação diária de conteúdos especiais sobre os efeitos do álcool no feto, consequências para a saúde do bebê, diagnóstico precoce e tratamento, dentre outros. E no Dia Mundial de Prevenção à SAF foi postado um vídeo especial, convidando os seguidores a compartilhar e ajudar na divulgação do tema.
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