Em Fortaleza, uma oficina de trabalho aproximou a população e os pediatras do aleitamento materno

Ultrapassar os muros da instituição e se aproximar da população, das mães e dos bebês. Essa fo ia missão do 1º Encontro de Mães Amamentando o Brasil de Hoje e Amanhã, evento que integrou a programação do 38º Congresso Brasileiro de Pediatria e do 1º Simpósio de Aleitamento Materno, realizados em Fortaleza (CE).

 O Encontro gratuito e aberto ao público aconteceu no dia 12 de outubro nos jardins da Universidade de Fortaleza (Unifor). Participaram pediatras, pais e outros profissionais da saúde que se relacionam com o tema. Na ocasião, também foram debatidas as temáticas de nutrição, doação de órgãos e saúde bucal. 

Para a presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra Luciana Rodrigues Silva, promover oficinas desse tipo é papel da Sociedade. “O objetivo maior do nosso trabalho é o bem-estar de crianças e suas famílias. Por isso, temos ações como essa, voltada para esse público e para enfatizar como amamentar é importante. É o futuro do Brasil”, afirmou. 

Em clima descontraído e agradável os participantes montaram uma roda de conversa, conduzida pelo dr. Moises Chencinski, que integrou os presentes com a abertura da fala a quem quisesse a contar um pouco da sua história e relação com o aleitamento.

Os casos foram os mais variados: desde crianças já com quatro anos e que continuam mamando até uma mãe que desejava muito manter o aleitamento exclusivo, mas que só conseguiu o feito até os dois meses do bebê. 

De acordo com o dr Chencinski, o compartilhamento da informação é o caminho. “Se tem a impressão de que amamentar é algo natural, mas não é só isso. A informação é necessária para que a mãe defina seu caminho em relação ao aleitamento. Para isso, a SBP tem pegado firme no tema: informando o pediatra sobre o aleitamento, o que fortalece a rede”, diz.

Estudos recentes relacionam o aleitamento materno à redução de morbidades, mortalidades, desigualdade social, bem como à prevenção de variadas doenças. Apesar disso, de acordo com o Ministério da Saúde, apenas 9% das crianças brasileiras se beneficiam do aleitamento materno exclusivo durante os primeiros seis meses de vida. Para a dra Diva Fernandes, o futuro do Brasil está ligado ao aleitamento porque ele é capaz de reduzir a mortalidade e aumentar a qualidade de vida. 

“É importante fazer que as crianças passem pela amamentação hoje para ter uma vida mais prolongada. Esse ato diminui o risco de doenças degenerativas. Os eventos dedicados à temática são um feito histórico para a saúde das crianças e a SBP não poderia ficar longe da causa. A imersão e o aprofundamento do tema ouvindo especialistas de todo o país é uma experiência riquíssima, a Sociedade está de parabéns”, ressaltou.