O tipo de formação necessária para formar o pediatra que o País precisa e as experiências, em diferentes regiões do País, em relação à mudança de dois para três anos no tempo de duração dos Programas de Residência Médica da especialidade foram os temas discutidos nesta quinta-feira (14), em Brasília (DF), durante fórum promovido pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).
Durante a abertura do evento, o 1º vice-presidente do CFM, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, lembrou que a pediatria, além de uma especialidade considerada básica, ou seja, de grande abrangência dos cuidados que presta à população, é atualmente a segunda maior especialidade do País, com 39.234 titulados, segundo o estudo Demografia Médica Brasileira. "Por isso o debate sobre a formação desses profissionais é de suma importância", destacou.
A secretária-executiva da Comissão Nacional de Residência Médica (CNMR), Rosana Leite de Melo, destacou a norma basilar da medicina, a Lei 12.842/13, e aquela que define a restruturação integral do Programa de Residência Médica em Pediatria, a Resolução Nº 1/2016 da CNMR, para defender que "os títulos devem ser dados àqueles que estejam realmente capacitados para atender o povo brasileiro".
A presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva, reforçou que o compromisso dos presentes com a formação do futuro pediatra e disse que "todos devem apresentar suas aspirações para encontrarmos juntos as soluções".
Duas mesas seguidas de debates aprofundaram as discussões sobre aspectos como quantidade e concentração de médicos no País; princípios do Código de Ética Médica (CEM) e preparação ética dos futuros titulados; novo Pedido de Credenciamento de Programa (PCP) para adaptação dos programas de residência médica; conhecimentos e competências; contextos adversos para a prática do especialista (como subfinanciamento, agressões, déficit de infraestrutura etc.); e a Resolução Nº 1/2016 da CNMR e a proposta de ajuste nesta diretriz por parte da SBP; entre outros tópicos.
O 2º secretário do CFM e secretário-geral da SBP, Sidnei Ferreira, ressaltou que "o sistema de saúde está destroçado" e fez críticas à ausência de pediatras nos organogramas das unidades da rede de Atenção Básica, que prejudica a população e é fruto das políticas estabelecidas para a área. Para ele, é necessária a mobilização das entidades e pediatras para ajudar a superar esse cenário.
O evento continua nesta sexta-feira (15) com debates sobre a mudança no tempo de duração dos Programas de Residência Médica em diferentes regiões do País, a apresentação da experiência dos programas de três anos já instalados e o que a nova duração trouxe para a formação dos novos pediatras.
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