"Estresse tóxico e pandemia: risco para crianças e famílias" foi o tema da live promovida pela pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em parceria com a Aché, na última terça-feira (19). A transmissão foi realizada no YouTube e Facebook da instituição e contou com a participação do 2º vice-presidente da SBP, dr. Edson Ferreira Liberal, e dos especialistas do Departamento Científico da SBP, drs. Liubiana Arantes de Aráujo e Ricardo Halpern. Até o momento, o vídeo – disponibilizado na íntegra nas plataformas digitais da entidade – já contabiliza mais de sete mil visualizações.
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"Esse momento de pandemia que estamos vivendo é muito complexo. A informação é muito rápida e o excesso dela pode levar muita ansiedade para as famílias. O que vamos abordar aqui é como podemos prevenir e diminuir ao máximo a ansiedade, problemas de sono, humor e angústia que as crianças e adolescentes podem desenvolver. Queremos poder fazer uma prevenção primária dessas questões tão sérias que, nesse momento, podem acontecer com as nossas crianças", declarou o dr. Edson Liberal.
Na oportunidade, o especialista também recomendou a leitura do documento científico “Pais e filhos em confinamento durante a pandemia de COVID-19”, produzido pelo Departamento Científico de Desenvolvimento e Comportamento.
ESTRESSE TÓXICO – Conforme explicou a dra. Liubiana, a pandemia traz a questão relacionada ao incerto porque não há tratamento, uma vacina para a doença. Além disso, a mudança de rotina causa impacto nas famílias e eleva o estresse e quando isso ocorre, altera todo o contexto do lar, da postura dos pais diante da criança e coloca a criança em risco.
“Atualmente, a neurociência fala que o desenvolvimento e o resultado do ser humano depende, em parte, da genética e do ambiente. Por isso, é importante um ambiente apropriado para que essa criança possa alcançar o máximo do seu potencial de crescimento e desenvolvimento. No entanto, nessa situação que estamos vivenciando, a questão ambiental está fragilizada”, disse a dra. Liubiana.
Segundo a pediatra, o estresse pode ser tolerável se a família conseguir desenvolver estratégias para ajudar a criança a se reorganizar. Para isso, a família precisa prover carinho, suporte, acolhimento, tempo de escuta da angústia da criança, além de tentar organizar a rotina de um modo mais organizado e com coisas atividades positivas.
ATIVIDADES – Já o dr. Ricardo Halpern, em sua exposição, abordou o impacto da pandemia nas crianças que tem algum tipo de atraso ou limitação no desenvolvimento e como os pediatras podem auxiliá-las no cotidiano para que o sofrimento seja minimizado. De acordo com o especialista, é preciso que o pediatra saiba entender o momento da família e da criança porque não existe um modelo único de intervenção. Existem famílias que vivem num ambiente de confinamento que permite uma série de situações e alternativas e outras não tem esse tipo de facilidade.
“Esse grupo de crianças, geralmente, passa boa parte dos seus dias com atividades, terapia, acompanhamento, com a escola e, de repente, elas se veem privadas, as pessoas desaparecem e o serviço desparece. Elas se veem dentro de casa e em situações bem variáveis. Portanto, é importante que o pediatra, em primeiro lugar, caracterize as necessidades individuais da família”, disse.
“Uma ideia que podemos ter nesse momento é tentar dividir as atividades da criança dentro de casa para que, se possível, cada atividade aconteça em um determinado ambiente ou em um cômodo da casa. Essas crianças precisam de uma rotina estruturada, então, quando ela identifica aquele esquema no qual pode realizar determinada atividade naquele ambiente, isso diminui o seu nível de ansiedade”, sugeriu.
BRINCADEIRAS – Outro ponto reforçado pelo especialista foi a necessidade de as brincadeiras ocorrerem da forma estruturada pelo máximo de tempo possível. “Quando a criança brinca consegue estruturar várias coisas, ela consegue imaginar, fazer resolução de problemas, aumentar seu jogo simbólico”, disse dr. Ricardo.
Nesse sentido, o pediatra também falou sobre os serious games, que são os jogos pedagógicos, que permitem trabalhar com conceitos de números, numeral e letras, por exemplo. Entre os sites que o especialista indicou para encontrar esse tipo de jogo gratuito, estão o Games Educativos, o OnlineCollege e o Jogos Para Crianças.
“Hoje os jogos pedagógicos estão muito menos no papel e muito mais nas mídias eletrônicas. Esse tema é muito porque houve um aumento no tempo de tela das crianças e ele precisa ser trabalhado de uma forma estruturada e uma forma de fazer isso é que a atividade tenha um início meio e fim”, salientou.
Confira todas as orientações da SBP a respeito da COVID-19 em https://www.sbp.com.br/especiais/covid-19/
PED CAST SBP | "Neuroblastoma"
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