Em live, médicas pediatras comentam desafios da liderança feminina em cargos de gestão

Os desafios da liderança feminina em cargos de gestão foram debatidos nesta quinta-feira (8) pela presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra. Luciana Rodrigues Silva, e a presidente da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (Soperj), dra. Katia Teles Nogueira. O evento foi transmitido ao vivo pelo Instagram das instituições.

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“No mundo inteiro os desafios são grandes. É importante que as mulheres entendam que as dificuldades acontecem na vida de todas nós e temos que descobrir meios de ser resilientes e encontrar um lugar onde possamos nos sentir acolhidas. Isso é o que nos fortalece e nos dá forças para continuar caminhando”, disse dra. Luciana Silva.

Segundo a médica, primeira mulher a presidir a SBP, mesmo durante a pandemia é preciso pensar no crescimento das crianças e adolescentes, ter consciência que as famílias necessitam dos pediatras e que para atender bem um paciente ou liderar uma instituição, é muito importante se espelhar em alguma liderança que tenha despertado a atenção.

Indagada por dra. Katia Telles se as mulheres têm um pouco mais de cuidado, dra. Luciana foi categórica: “Tem sim, seja em nossa família, em um grupo de pessoas, no hospital, no trabalho, nas empresas, nas escolas, sempre lidamos com pessoas com personalidades e competências diferentes. Uma característica importante é saber se colocar no lugar do outro. As maiores lideranças mundiais de países que são governados por mulheres tiveram essa percepção do olhar para o próximo e suas famílias no combate e enfrentamento à pandemia”, exemplifica.

FALTA DE CONTATO – Dra. Luciana falou ainda sobre os maiores desafios que ela vem enfrentando durante a quarentena. Uma delas é a falta de contato com as pessoas. Outra dificuldade foi ter que aprender, em tempo recorde, as novas questões sobre tecnologia, uma vez que os encontros científicos, reuniões e consultas a pacientes têm sido feitas por meio virtual.

“A partir de agora, vamos ter que nos capacitar mais, pois vamos continuar com eventos presenciais, mas os digitais com certeza continuarão a acontecer. E isso, às vezes, é interessante, pois na live do Agosto Dourado, por exemplo, tivemos 13 palestrantes de diversas localidades do Brasil. É a tecnologia unindo os pediatras brasileiros”, destacou.

PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO – Dra. Luciana falou ainda da alta produção científica em tempos de pandemia, além de resgatar outros materiais já divulgados, tais como os consensos, diretrizes, manuais e guias de orientação, produzidos em parceria com outras instituições científicas.

Outro tópico abordado na produção de conhecimento científico foi sobre a campanha “Informar, amamentar e imunizar”, lançada esta semana com o apoio institucional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). A iniciativa visa alertar as famílias brasileiras sobre a relevância de uma dupla estratégia para a manutenção da imunidade infantil: a vacinação e aleitamento materno.

“O papel fundamental do pediatra é orientar as mães desde o pré-natal sobre amamentação, nutrição, atividade física, violência, anticoncepcionais, vacinas, saúde escolar, e tantos outros assuntos que envolvem a saúde das crianças e adolescentes. A informação deve proceder de uma fonte segura e nós somos esse canal com os pais e nossos pacientes. A amamentação é o melhor alimento para a criança por conta dos seus inúmeros benefícios. Imunizar é um privilégio que temos desde o fim do século XIX e que ajudam na prevenção de doenças graves, tais como o sarampo, a pneumonia, entre outras. O protagonismo na amamentação e na imunização cabe a nós, pediatras”, finalizou a presidente da SBP.