“Troca de experiências sobre COVID-19 em pacientes pediátricos”. Esse foi o tema da live promovida pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em parceria com a empresa Chiesi, no intuito de auxiliar os profissionais de saúde na condução dos atendimentos, durante a pandemia. O conteúdo das aulas, transmitido na última semana já contabilizou cerca de 11 mil visualizações nos canais da SBP.
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O presidente do Departamento Científico de Infectologia da SBP, dr. Marco Aurélio Sáfadi, foi o responsável por iniciar as apresentações, comentando o atual panorama epidemiológico da doença e alguns aspectos da patogênese do novo coronavírus (SARS-CoV-2). Conforme destacou o especialista, além do elevado número de mortes confirmadas em decorrência da COVID-19, no Brasil também chama atenção a provável subnotificação de casos.
“A taxa de incidência de óbitos por Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) é aproximadamente 20 vezes maior em 2020 se comparada a 2019. Desse total, apenas uma parte tem a confirmação de morte associada à COVID-19, fato que nos leva a acreditar numa possibilidade muito substancial de subnotificação de casos e mortes”, afirma o dr. Marco Aurélio.
Na oportunidade, o pediatra também abordou linhas de interpretação e estudo que, atualmente, buscam explicar a baixa prevalência de formas graves da doença entre crianças e adolescentes. Além disso, ele apontou os avanços já obtidos na pesquisa por uma imunização eficiente e segura para a COVID-19.
QUADRO CLÍNICO – A integrante do Departamento Científico de Pneumologia da SBP, dra. Regina Terse Ramos, deu seguimento às explanações, indicando os principais aspectos clínicos observados em pacientes pediátricos com a doença. No geral, febre, tosse seca, fadiga, obstrução nasal e dor de garganta são os sintomas mais relatados. Em recém-nascidos infectados, também são comuns manifestações atípicas, como náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal.
Os casos graves evoluem com dispneia, síndrome do desconforto respiratório agudo, choque séptico, acidose metabólica refratária, alterações da coagulação e falência de múltiplos órgãos. “Com base na associação dos sintomas, podemos classificar a COVID-19 em quatro estágios: infecção aguda do trato respiratório, pneumonia leve, grave e casos críticos”, pontuou a dra. Regina Terse.
A pediatra comentou ainda sobre a possibilidade da COVID-19 se manifestar como uma síndrome inflamatória sistêmica em crianças e adolescentes, em que há quadro de acometimento de múltiplos órgãos, rash cutâneo, febre persistente e dor abdominal. A evolução possui semelhanças com as manifestações típicas da Síndrome de Kawasaki, podendo levar o paciente à internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
DIAGNÓSTICO – Na sequência, a presidente do Departamento Científico de Pneumologia da SBP, dra. Maria de Fátima Pombo Marques, falou a respeito dos exames laboratoriais disponíveis para diagnóstico da COVID-19, com ênfase no sequenciamento do RNA do novo coronavírus e na presença de anticorpos produzidos pelo corpo humano contra o SARS-CoV-2.
De acordo com a especialista, os métodos de imagem – como radiografia e tomografia computadorizada – também são instrumentos úteis para a investigação, mas que devem ser utilizados com moderação e apenas como auxiliares na avaliação do médico, sobretudo nos casos mais graves.
“É preciso atenção no processo diagnóstico, uma vez que os testes sorológicos ainda não são indicados para casos precoces. Além disso, tanto a radiografia de tórax quanto a tomografia podem aparentar normalidade de resultado no início da doença”, destacou.
CUIDADOS E TRATAMENTO – Por fim, a integrante do Departamento Científico de Pneumologia da SBP, dra. Débora Chong, reportou tópicos uteis à sistematização da assistência aos pacientes pediátricos, durante a pandemia de COVID-19. A especialista reforçou a necessidade dos pediatras utilizarem os Equipamentos de Proteção Individual (EPIS) adequados e de sempre diferenciar os casos suspeitos, a partir de um fluxo interno para condução dos atendimentos.
Ela destacou, ainda, os resultados de estudos a respeito da ação da azitromicina e de outros medicamentos no tratamento dos pacientes. Conforme salientou, no geral, não há respostas definitivas e, por isso, os profissionais de saúde devem ter cuidado redobrado.
Na ocasião, os quatro especialistas da SBP responderam também uma série de dúvidas dos espectadores, fornecendo esclarecimentos sobre: diagnóstico com marcadores IgM e IgA; quando realizar a testagem; momento adequado para alta hospitalar; entre outros.
Mais informações atualizadas sobre o impacto da COVID-19 em pediatria estão disponíveis na página: https://www.sbp.com.br/especiais/covid-19/
PED CAST SBP | "Neuroblastoma"
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