Todos os dias, em média, três crianças e adolescentes morrem por afogamentos no Brasil. Os dados fazem parte de um levantamento divulgado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), neste 25 de julho, Dia Mundial de Prevenção do Afogamento. De acordo com a entidade, que analisou os registros de óbitos entre os anos de 2021 e 2022, o número acende um sinal de alerta, uma vez que esse tipo de fatalidade é completamente prevenível, mas continua a acontecer de forma frequente.
No período analisado, foram mais de 2,5 mil vítimas desse tipo de acidente. As crianças pequenas, de um a quatro anos de idade - tempo de vida em que são totalmente dependentes do responsável e de sua proteção - foram as principais vítimas (943 óbitos). Em seguida, estão os adolescentes de 15 a 19 anos (860 óbitos). Os dados incluem ainda as faixas etárias de 10 a 14 anos (com 357); de cinco a nove anos (com 291); e, por fim, os menores de um ano (58).
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“Nos primeiros anos de vida, a capacidade da criança de avaliar riscos é praticamente inexistente. Por isso, a casa e outros locais conhecidos devem estar sempre preparados para a proteção passiva, pois a maior parte dos acidentes ocorre justamente nesses ambientes. Piscinas, banheiras, baldes e até mesmo bacias, todos esses locais que acumulam porções de água podem ser extremamente perigosos e ocasionar tragédias”, destaca a dra. Luci Pfeiffer, presidente do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento às Causas Externas na Infância e Adolescência da SBP.
A especialista destaca ainda que as crianças maiores e os adolescentes também precisam da supervisão dos adultos durante a prática de atividades aquáticas, mesmo quando já aprenderam a nadar. “Rios, represas e praias são locais de risco potencial, sobretudo para os jovens, que em busca de adrenalina costumam se aventurar e se colocar em situações de perigo. É preciso que todos tenham em mente que os acidentes são evitáveis, na maioria das vezes com medidas simples. A falta de prevenção e da presença atenta de um adulto a proteger crianças e adolescentes tem levado a perdas irreparáveis”, diz.
REGIONAL - Os números analisados pela SBP apontam que, entre 2021 e 2022, São Paulo aparece como o estado com mais registros de mortes (296). Em segundo lugar está a Bahia (225). Na sequência, estão Pará (204); Minas Gerais (182); e ainda Amazonas e Paraná (131) empatados na quinta colocação. Os acidentes fatais entre o sexo masculino correspondem a 76% dos registros. Em oposição, as meninas totalizam apenas 24% dos óbitos.
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MEDIDAS DE PREVENÇÃO – De acordo com a dra. Luci Pfeiffer, dentre as ações preventivas mais eficazes está a proibição da livre entrada de crianças pequenas em cozinhas, banheiros e áreas de serviço. “Devemos instalar portões para controlar o acesso. Isso também vale para as piscinas, sejam de cerâmica ou de plástico, mesmo as pequenas. É preciso impedir que as crianças consigam entrar sem autorização e supervisão direta e próxima”,”, pontua.
Além disso, ela recomenda que as boias de braço e circulares ou ainda brinquedos flutuantes sejam totalmente evitados. A única proteção reconhecida na prevenção dos afogamentos é o uso de colete guarda-vidas, com certificado do Inmetro e reconhecimento pela Marinha Brasileira. “O colete garante que a cabeça ficará para fora da água, em caso de infortúnio”. Outras recomendações da SBP para manter a segurança estão listadas a seguir:
Para mais informações sobre prevenção de acidentes em geral, acesse o site www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/
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